São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2000


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ORÇAMENTO
FHC sanciona nova lei e edita decreto reduzindo verbas em 2000
Governo vai ter de cortar R$ 9 bilhões em gastos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo não tem recursos para cobrir despesas de mais de R$ 9 bilhões no Orçamento deste ano. O Ministério do Planejamento fez uma revisão das receitas previstas no Orçamento original, mas essa revisão não foi suficiente para evitar os cortes.
Amanhã, o presidente Fernando Henrique Cardoso vai sancionar o Orçamento aprovado no Congresso Nacional, mas, em seguida, editará um decreto com os cortes nas despesas.
Os parlamentares elevaram as despesas de custeio e investimentos em quase R$ 6 bilhões com emendas, aumentando as receitas em função do crescimento econômico previsto para este ano e do aumento da inflação.
O crescimento econômico eleva a arrecadação de impostos ligados à produção de bens e serviços. Além das emendas de parlamentares, falta R$ 1,2 bilhão para cobrir a suspensão da contribuição previdenciária dos servidores inativos pelo STF.
O governo também precisa de R$ 1,4 bilhão para cobrir as despesas com o aumento do salário mínimo de R$ 136 para R$ 151. O Orçamento previa recursos para um reajuste de apenas 5,66%. O aumento foi de 11% e afeta os pagamentos de benefícios previdenciários, assistência social e seguro-desemprego.
Outra parte do aumento das despesas será gerada por uma importante fonte de receita que deverá ser frustrada: a conta-petróleo. O governo pretendia arrecadar R$ 3,5 bilhões com uma parte dos preços que os consumidores pagam pela gasolina.
Mas os custos de importação aumentaram por causa dos preços do petróleo no mercado internacional. O governo reajustou os preços da gasolina em março, mas só conseguiu algum resultado positivo em abril. E os preços internacionais não estão caindo do modo que o governo esperava.
O Orçamento de 2000 está sendo desenhado para gerar um superávit primário (economia de receitas para pagamento de juros) de mais de R$ 29 bilhões. Esse resultado servirá para o cumprimento da meta de superávit primário do setor público (União, Estados, municípios e empresas estatais) acertada com o FMI.
Os cortes deverão ser profundos porque o governo não tem como mexer muito no Orçamento de custeio e investimentos, que está em torno de R$ 30 bilhões. Cerca de R$ 20 bilhões desse total estão ligados às áreas de saúde e educação.


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