São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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Terreno foi vendido antes, diz Serra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, o senador José Serra, disse ontem que o terreno que tinha em sociedade com o empresário espanhol Gregorio Marin Preciado foi vendido em 25 de abril de 1995, não em setembro de 1995.
Serra e Marin eram sócios em um terreno no Morumbi, bairro nobre da zona oeste da cidade de São Paulo, adquirido em 13 de fevereiro de 1981.
A operação, segundo Serra, está registrada num "instrumento de compra e venda", com um recibo de sinal de R$ 28 mil mais quatro parcelas mensais de igual valor.
Serra afirmou que este fato, de a venda ter ocorrido em 25 de abril de 1995, "compromete" a reportagem publicada pela Folha no seu tópico que trata da venda do terreno que ele tinha em sociedade com Marin.

"Compromete"
"Para mim, fica comprometida e sem fundamento a reportagem a respeito do terreno, baseada numa data errada, para tirar uma conclusão absurda, relacionando fatos sem conexão", disse o pré-candidato tucano. Na opinião do senador, esse fato mostra que nem ele nem Marin buscaram vender o terreno tão logo o Banco do Brasil começou a fazer um levantamento dos bens do empresário para a execução de dívidas.
Serra informou que o "instrumento de compra e venda" tem firma de sua assinatura reconhecida no cartório de ofício de notas de São Bernardo do Campo na data de 25 de abril de 1995.
O senador informou que a escritura de venda do imóvel só foi registrada em 1º de setembro de 1995 porque o pagamento do terreno foi finalizado em agosto, já que a venda foi feita em cinco parcelas. Já o registro no cartório de imóveis foi feito no dia 19 de setembro daquele ano.

Arresto
Em 25 de julho de 95, quando as empresas Gremafer e Aceto, de propriedade de Marin, estavam inadimplentes no Banco do Brasil, houve uma tentativa da instituição de arrestar bens pessoais do empresário, inclusive o terreno que possuía em sociedade com Serra.
Documentos do banco obtidos pela Folha citam o caso e chegam a mencionar o nome do presidenciável. A Justiça demorou a julgar os pedidos de arrestos propostos pelo Banco do Brasil.
A construtora Alfons Gehling & Cia. Ltda. comprou a área por R$ 140 mil e projetou no local um prédio de 12 andares e dois subsolos, depois de adquirir um terreno vizinho, totalizando 1.620 m2.


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