São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002 |
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SOMBRA NO TUCANATO Pimenta da Veiga, coordenador tucano, diz que acusações a Ricardo Sérgio podem provocar danos, mas reversíveis Para FHC, acusações não prejudicam Serra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente Fernando Henrique Cardoso, por meio de seu porta-voz, Alexandre Parola, disse que "não há razão para imaginar que a campanha do senador José Serra tenha sido prejudicada" pela reportagem da Folha que mostra que o Banco do Brasil favoreceu um sócio do pré-candidato do PSDB à Presidência. FHC disse ainda que não há providências que não tenham sido tomadas há tempos, mas sem especificar quais foram. Essa foi a principal reação tucana para demonstrar que a candidatura de Serra à Presidência é irreversível e que o PSDB irá com ela até o fim, apesar das acusações que ameaçam contaminar a campanha e da pressão do PFL por uma troca de candidato. À tarde, o deputado Pimenta da Veiga, que chefiará o comitê eleitoral de Serra, aproveitou o anúncio dos nomes de parte da equipe que integrará a campanha para assumir a defesa do pré-candidato. "Serra tem um conceito moral inatacável. Essas tentativas não irão a lugar nenhum." Segundo Pimenta, as tentativas para inviabilizar a candidatura de Serra decorrem do fato de ele ter saltado de cerca de 7% para 19% nas pesquisas de opinião, em um curto espaço de tempo. Dano certo Pimenta admitiu que as acusações "certamente" provocarão danos à campanha e que Serra talvez perca alguns pontos nas pesquisas. Mas acredita que isso será revertido com o tempo, por ainda faltarem cinco meses para a eleição e porque Serra e o comitê teriam condições de dar explicações sobre todas as acusações. Pela primeira vez, Pimenta falou como comandante efetivo da campanha. Estava ao lado do engenheiro Milton Seligman, que será o secretário-executivo do comitê. Funcionalmente, Seligman estará abaixo de Pimenta, mas é o homem da confiança de Serra. Há cerca de um mês a equipe de Serra estava insatisfeita com a campanha. A avaliação era que ela estava "acanhada", enquanto a de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parecia cada vez mais profissional. Serra centralizava tudo. Daí a decisão de acelerar a estruturação do comitê e a definição das funções de cada integrante da campanha tucana. Na próxima quarta-feira, o PSDB vai inaugurar o escritório que a partir de junho servirá de comitê eleitoral. Pimenta e Seligman despacharão diariamente no local. Já está acertada também a contratação do publicitário Nizan Guanaes, que ficará encarregado da criação dos programas de TV do candidato. O publicitário Nelson Biondi continuará no comando da parte estratégica, reunindo e analisando pesquisas quantitativas e qualitativas para balizar o trabalho de Nizan. Bia Aydar será encarregada do setor de eventos, enquanto o jornalista Henrique Caban cuidará da infra-estrutura. O nome do tesoureiro de campanha deve sair em junho, mas já está sendo discutido. A campanha terá pelo menos dois conselhos políticos. Um com Pimenta, José Aníbal (SP) e José Richa (PR), e o outro com os tucanos e mais os nomes que o PMDB indicar, quando formalizar a coligação com o PSDB. Os dois partidos marcaram suas convenções para o dia 15 de junho para a homologação da candidatura de Serra, pelo PSDB, e a do vice-presidente, pelo PMDB. O registro da chapa está marcado para 20 de junho. "O PSDB estará com Serra até o dia 6 de outubro, o dia da vitória", disse Pimenta. Texto Anterior: Terreno foi vendido antes, diz Serra Próximo Texto: "Aporrinha, mas não destrói", diz peemedebista Índice |
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