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Com ou sem Lula, Brasil não é boa opção para investir, diz jornal de NY
DA REDAÇÃO
O diário econômico "The Wall
Street Journal", dos EUA, trouxe
ontem na sua página de opinião
uma análise pouco animadora sobre a sucessão eleitoral brasileira.
Não importa quem for eleito o
próximo presidente do Brasil,
pois todos vêm defendendo as
mesmas idéias -contrárias ao liberalismo de mercado-, diz o
diário econômico nova-iorquino.
A análise cita os relatórios de
bancos que rebaixaram a recomendação de investimentos em
títulos da dívida brasileira devido
à notícia de que o candidato "radical e popular", Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), lidera as pesquisas
de intenção de voto.
"O mercado está certo ao temer
uma Presidência ocupada por Lula", diz o "WSJ". O candidato baseou sua carreira "na defesa das
idéias do Fidel Castro" e "recentemente tem deixado clara a sua admiração por Hugo Chávez".
Entretanto, ressalta o diário nova-iorquino, "com todos os candidatos atacando o liberalismo de
mercado, com um debate público
sem idéias modernas e construtivas, somando-se a dívida pública
que incha sob a pressão das altas
taxas de juros, pode ser que a sensação de fatalismo seja lógica."
Para convencer os mercados de
que o país pode cumprir seus
compromissos e crescer, o Brasil
vai ter de levar adiante os avanços
pró-mercado feitos no governo
Fernando Henrique Cardoso, receita o "WSJ". Mas, mesmo que
Lula não ganhe, suas idéias parecem destinadas a dominar a política brasileira, conclui o jornal.
O diário afirma que Serra é visto
como sendo uma escolha melhor
para o crescimento e a estabilidade do que Lula. "Mas é igualmente verdadeiro que as perspectivas
de um governo Serra ser bem-sucedido não são animadoras: a sua
habilidade de efetivamente gerenciar o fraturado sistema político
brasileiro é suspeita. Ele não é
muito bem quisto pelos líderes do
que deveria ser a sua coalizão.
Mesmo dentro de seu partido ele
não parece ser muito popular."
"A perspectiva é um pouco
sombria. O protecionismo pernicioso que a administração Bush
apresenta está fazendo ressurgir
os piores sentimentos nacionalistas e isolacionistas no Brasil."
Nesse cenário, "as perspectivas
de bons investimentos nesse país
subdesenvolvido diminuem a cada dia, com ou sem Lula".
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