São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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Com ou sem Lula, Brasil não é boa opção para investir, diz jornal de NY

DA REDAÇÃO

O diário econômico "The Wall Street Journal", dos EUA, trouxe ontem na sua página de opinião uma análise pouco animadora sobre a sucessão eleitoral brasileira.
Não importa quem for eleito o próximo presidente do Brasil, pois todos vêm defendendo as mesmas idéias -contrárias ao liberalismo de mercado-, diz o diário econômico nova-iorquino.
A análise cita os relatórios de bancos que rebaixaram a recomendação de investimentos em títulos da dívida brasileira devido à notícia de que o candidato "radical e popular", Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lidera as pesquisas de intenção de voto.
"O mercado está certo ao temer uma Presidência ocupada por Lula", diz o "WSJ". O candidato baseou sua carreira "na defesa das idéias do Fidel Castro" e "recentemente tem deixado clara a sua admiração por Hugo Chávez".
Entretanto, ressalta o diário nova-iorquino, "com todos os candidatos atacando o liberalismo de mercado, com um debate público sem idéias modernas e construtivas, somando-se a dívida pública que incha sob a pressão das altas taxas de juros, pode ser que a sensação de fatalismo seja lógica."
Para convencer os mercados de que o país pode cumprir seus compromissos e crescer, o Brasil vai ter de levar adiante os avanços pró-mercado feitos no governo Fernando Henrique Cardoso, receita o "WSJ". Mas, mesmo que Lula não ganhe, suas idéias parecem destinadas a dominar a política brasileira, conclui o jornal.
O diário afirma que Serra é visto como sendo uma escolha melhor para o crescimento e a estabilidade do que Lula. "Mas é igualmente verdadeiro que as perspectivas de um governo Serra ser bem-sucedido não são animadoras: a sua habilidade de efetivamente gerenciar o fraturado sistema político brasileiro é suspeita. Ele não é muito bem quisto pelos líderes do que deveria ser a sua coalizão. Mesmo dentro de seu partido ele não parece ser muito popular."
"A perspectiva é um pouco sombria. O protecionismo pernicioso que a administração Bush apresenta está fazendo ressurgir os piores sentimentos nacionalistas e isolacionistas no Brasil."
Nesse cenário, "as perspectivas de bons investimentos nesse país subdesenvolvido diminuem a cada dia, com ou sem Lula".


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