São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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Rossi diz que não apoiará Lula e oferece seu palanque a Ciro em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Pré-candidato do PL ao governo de São Paulo, Francisco Rossi pode ser a solução para um dos maiores problemas da campanha presidencial de Ciro Gomes (PPS), a falta de um palanque sólido no principal Estado do país.
"Estou tendendo a apoiar Ciro Gomes na eleição presidencial e dar a ele um bom palanque, porque temos ótimas relações", declarou Rossi.
Outra possibilidade -mais distante, segundo Rossi- seria apoiar Anthony Garotinho. "O problema é que acho que o PSB terá candidato no Estado", disse.
Rossi atinge 15% em pesquisa de intenções de voto do Datafolha divulgada no final de fevereiro e resolveria uma deficiência da candidatura de Ciro.
O PPS caminhava para o apoio aos tucanos em São Paulo, e Ciro contava pegar uma carona no palanque do governador Geraldo Alckmin.
Com a "verticalização", no entanto, esse acerto ficou inviabilizado e o partido de Ciro busca, com PTB e PDT, uma alternativa para lançar ao governo. Sem nomes com densidade eleitoral, a chamada "Frente Trabalhista" admite que teria de lançar uma candidatura para "marcar posição", o que daria pouca visibilidade ao presidenciável no Estado.
Rossi diz que, mesmo na hipótese de nacionalmente o PL apoiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele não seguirá a orientação partidária. "A possibilidade de eu apoiar o Lula é zero. Quando entrei no partido, a direção nacional já sabia que eu teria autonomia para decidir meu candidato presidencial", declarou.
A atitude do pré-candidato desagrada à cúpula do PL, segundo a Folha apurou. Há algumas semanas, integrantes da direção do partido comunicaram a Rossi que preferiam que ele se lançasse à Câmara dos Deputados, já que o projeto maior da legenda é elevar sua bancada federal. O pré-candidato descarta a possibilidade. "Minha vocação é o Executivo."
Já o PPS confirma que há contatos com Rossi. "É um nome com muita simpatia no PPS, mas antes é preciso ver se o PL não vai se coligar com outro candidato nacionalmente", diz o líder do PPS na Câmara, João Herrmann (SP).
Ele ressalva, no entanto, que a Frente Trabalhista ainda procura um candidato próprio. "Esta questão será decidida nas próximas semanas", diz.
O PT espera para os próximos dez dias uma resposta definitiva do PL quanto ao apoio formal a Lula. "Continua de pé o objetivo de marcharmos juntos. Estamos nos esforçando ao máximo para que isso ocorra", afirma o secretário-geral petista, Luiz Dulci. (FÁBIO ZANINI)



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