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Fala "não tem nada a ver", diz Bruna Surfistinha
DA REDAÇÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
Rachel Pacheco, mais
conhecida como Bruna
Surfistinha, a autora de
um best-seller sobre a
época em que era garota
de programa -ofício que
ela abandonou- criticou a
declaração do secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil), d. Dimas Barbosa,
que comparou o "ficar" à
prostituição.
"Não tem nada a ver. A
garota de programa cobra.
A menina que "fica" na balada só quer curtir". Ela
afirmou que, hoje, já não
"fica", pois namora firme.
Mas não condena quem o
faz. "É verdade que "ficar" é
um lance totalmente sem
sentimento. Mas não é por
causa disso que é imoral."
Ela criticou ainda a oposição da Igreja à camisinha. "Sei que qualquer religião tem suas crenças,
mas acredito que Deus não
queira ver as pessoas morrendo de Aids."
A socióloga Gabriela
Leite, ex-prostituta e diretora da Davida (ONG que
luta pelos direitos das
prostitutas) classificou de
"infundada" a declaração
de d. Dimas.
"A prostituição é uma
profissão como qualquer
outra. A prostituta ganha
dinheiro realizando fantasias sexuais. "Ficar" é diferente, esse é o namoro moderno", afirmou.
Gabriela, que também é
fundadora da grife Daspu,
disse ainda que "a Igreja
não consegue compreender a sexualidade, que deveria ser entendida como
algo positivo."
(ANGELA PINHO E VIVIAN MANNHEIMER)
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