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Mosteiro da Luz distribui mais de 30 mil pílulas de frei Galvão ao dia
Para atender a demanda, outros mosteiros foram autorizados a produzir os kits
CAROLINA CHAGAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na véspera da canonização
do primeiro santo brasileiro, a
fila de entrega de pílulas de Frei
Galvão no Mosteiro São Bento,
em São Paulo, é cada vez maior.
Pessoas vindas de todos os
cantos do Brasil esperaram pacientemente por cerca de meia
hora pela vez de retirar os seus
"kits" com três pílulas e a orientação de como fazer a novena.
A entrega é feita por uma das
freiras enclausuradas do mosteiro. Quem pega as pílulas não
vê a freira: o fiel coloca (se tiver) um donativo, gira uma roda de madeira e na volta recebe
em média três pacotinhos com
três pílulas cada um, um folheto com a novena e a biografia de
frei Galvão. A distribuição é
gratuita. Só quem pode dá um
donativo, mas quase sempre algum real é colocado na roda.
"Já passamos da conta da
quantidade de pílulas que temos entregado, passa, com certeza, de 30 mil por dia", diz a irmã Claudia Honecker, a responsável pela organização da
produção das pílulas. Hoje, 13
das 22 monjas enclausuradas
do mosteiro produzem as pílulas, que contêm uma inscrição
em latim ("Depois do parto, ó
Virgem, permaneceste intacta!
Mãe de Deus, intercedei por
nós"). O papel da pílula é finíssimo e "dissolve facilmente na
água", diz irmã Claudia. A tinta
usada também é comestível.
Cada pedaço de papel tem 14
vezes a frase inscrita em letra
miúda e é enrolado até virar um
pequeno cilindro, selado com
cola de polvilho. Depois o cilindro é cortado em pedaços de
menos de um centímetro -cada pedaço é uma pílula. Cada cilindro rende 14 pílulas. Em grupos de três, elas são embrulhadas num quadrado de papel.
Foi frei Galvão que inventou
as pílulas milagrosas nos idos
de 1800, no Mosteiro da Luz.
Conta-se que um dia ele foi
procurado por um homem com
dores fortes decorrentes de
uma cólica renal. Para acalmá-lo o frade teria recebido uma
inspiração de Virgem Maria,
escrito a frase em latim em um
pedaço de papel, feito uma pequena pílula e dado para o homem tomar com água. O homem teria expelido a pedra em
seguida e a dor findou. Desde
então a fama das pílulas se espalhou e frei Galvão começou a
produzi-las semanalmente.
À beira da morte, ele ensinou
o processo às freiras. Há mais
de uma década, para atender a
demanda, o Mosteiro da Luz
autorizou outros mosteiros e
conventos a produzi-las.
Saiba onde encontrar as pílulas
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