FÁBIO ZANINI
ROBERTO COSSO

DA REPORTAGEM LOCAL
A inusitada situação de duas mulheres de esquerda e ex-companheiras de partido serem candidatas à Prefeitura de São Paulo começa a provocar uma "disputa de paternidade" por obras e projetos realizados no mandato petista de Luiza Erundina (1989-92).
Alguns pontos do programa de governo da pré-candidata petista Marta Suplicy são relançamentos de projetos destacados da gestão Erundina, hoje candidata no PSB.
Os principais exemplos são o Mova (Movimento de Alfabetização de Adultos), o programa de mutirões e o de reurbanização de favelas. Na última segunda-feira, a propaganda eleitoral gratuita petista na TV prometeu relançar o Mova, "um programa do PT".
"São programas da gestão Erundina, mas quem fez foi o PT, junto a ela. São decisões de equipe, não a ação iluminada de uma pessoa específica", diz.
Rui Falcão, coordenador da campanha de Marta, diz que "as experiências positivas do PT no governo serão mostradas na TV".
"Espero que também socializem os erros, não podem socializar só os acertos", diz Erundina.
Ela afirmou estranhar o fato de Marta ter relançado programas de sua primeira gestão porque, na semana passada, a candidata petista disse que o governo foi "medíocre" e apenas ressalvou duas áreas: educação e saúde.
"Os programas de mutirão e reurbanização de favelas foram feitos pela Secretaria da Habitação, que faz parte do campo considerado medíocre pela Marta."


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