São Paulo, domingo, 11 de junho de 2000


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SÃO PAULO
Novos moradores de Sapopemba citam convívio com trabalhadores do ABC, berço do PT, como um dos motivos
Bairro petista "converte" ex-malufistas

DA REDAÇÃO

DA REPORTAGEM LOCAL

Os eleitores do PT nas três últimas eleições viviam nos extremos leste, sul e oeste da cidade, ou seja, na periferia, de acordo com o levantamento da Folha. Pela ordem, o maior percentual relativo de votos aconteceu em Sapopemba, Itaquera, São Miguel Paulista, Pirituba e Campo Limpo.
Segundo os moradores de Sapopemba, há vários motivos para o "petismo" do bairro: lá moram muitos funcionários das metalúrgicas do ABC, onde nasceu o PT; o trabalho social da Igreja Católica se confunde com a militância do partido; há quem veja os escândalos da gestão Pitta como motivo para o apoio aos petistas.
Isso tudo faz com que ocorram até "conversões" entre os novos moradores do bairro, como as das ex-malufistas Ana Emília Monteiro, 41, ex-moradora da Vila Prudente, e Maria Imaculada Dias, 31, ex-moradora do Ipiranga.
"Não gostava do PT, não. Achava que eles faziam era baderna", disse Ana Emília, que mudou para lá há três anos. Em 1996, votou em Erundina e, em 1998, em Lula.
Segundo Maria Imaculada, que vive no bairro há mais de três anos, o pessoal do Maluf "nem falava" com os moradores. "Passei a votar em quem faz alguma coisa. E foi com o PT que conseguimos algumas mudanças", afirmou, alegando que o trabalho de vereadores contribuiu para a mudança.
O apoio ao partido se confunde, no entanto, com a preferência por Luiza Erundina, que, eleita pelo PT, administrou São Paulo de 1989 a 1992. "É na zona leste, mais especificamente em Sapopemba", disse Erundina, ao comentar onde está o seu eleitorado. Neste ano, ela concorrerá pelo PSB.
Com isso, alguns dos moradores de Sapopemba afirmam estar divididos entre Erundina e Marta Suplicy, pré-candidata do PT.

PMDB
As regiões leste e sul eram "redutos" do PMDB. Pela ordem, o apoio estava no Itaim Paulista, em São Miguel Paulista, em Campo Limpo, na Capela do Socorro e na Cidade Ademar.
Para Jerolino Moreira Santos, presidente do diretório do partido no Itaim Paulista, o PMDB ainda tem votos no bairro devido à "memória" da população local.
"O Itaim não tinha nada, e Montoro fez muito", afirma, referindo-se ao governo de Franco Montoro (1983-87), que, eleito pelo PMDB, trocou o partido pelo PSDB em 1988. Montoro morreu no ano passado, aos 83.
Neste ano, o PMDB, provavelmente, nem sequer terá candidato próprio e deve confirmar hoje aliança com o PFL, apoiando a candidatura Romeu Tuma.
(RM e JD)


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