São Paulo, domingo, 11 de junho de 2000


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SÃO PAULO
Campanha de Marta à prefeitura diz que partido aprendeu lição e que obras são importantes à cidade
PT promete que, desta vez, não vai paralisar as obras

DA REPORTAGEM LOCAL

O PT pretende continuar as obras públicas que herdar da atual administração, na hipótese de sua pré-candidata à prefeitura, Marta Suplicy, ser eleita.
As exceções serão obras em que houver indícios de irregularidades -superfaturamento, por exemplo- e que "claramente não atenderem ao interesse da cidade", segundo avaliação que será feita caso a caso.
Na última terça-feira, Marta disse que pretende concluir as obras do Fura-fila.
"O caso do Fura-fila não é isolado. Nossa diretriz é clara: obra que está no meio tem de ser concluída, a menos que haja suspeitas", afirmou o coordenador do programa de governo de Marta, Félix Sanchez.
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, cerca de 400 obras públicas estão em andamento na cidade atualmente.
"Deixar carcaças paradas no meio da rua é desperdiçar dinheiro público ", diz Marta.
Durante a primeira administração petista na cidade (1989-92), de Luiza Erundina, o partido paralisou uma série de obras viárias que herdou. Os recursos foram, em geral, direcionados a obras sociais na periferia.
"Projetos sociais continuam prioritários, mas temos a visão hoje de que obras viárias também são importantes para a cidade", afirma Sanchez.
Segundo o coordenador do programa de governo, a paralisação das obras na gestão anterior do PT foi produto de "falta de experiência".
"Temos uma noção mais madura hoje. Essas obras dão funcionalidade à cidade", afirmou.
Sanchez afirma que a imagem de "partido que pára obras" acabou sendo prejudicial eleitoralmente ao PT.
"Em 1992, perdemos a eleição em grande parte pela imagem negativa que a paralisação de obras deixou. O partido deveria ter agido de forma diferente", declarou o coordenador.
Segundo ele, o partido realizou muitas obras, mas elas ficaram muito longe do centro. "Ninguém as viu."

Voz do partido
A ex-prefeita e candidata pelo PSB Luiza Erundina disse que a decisão de paralisar as grandes obras -caso do túnel sob o rio Pinheiros, por exemplo- foi tomada em conjunto com o partido.
"Aceito a responsabilidade por isso, mas o partido teve voz ativa na decisão", afirmou.
A candidata do PSB diz que não se arrepende e que teve a atitude certa.
"Eu preferi construir seis hospitais, dezenas de postos de saúde e asfaltar mais de mil quilômetros de ruas nas periferias a concluir obras gigantescas, para as quais não havia dinheiro. Será que isso é agir de forma errada?"
(FÁBIO ZANINI)


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