São Paulo, domingo, 11 de junho de 2000


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SÃO PAULO
Marta e Erundina querem secretariado com pessoas do campo rival
Candidatas defendem coalizão

DA REPORTAGEM LOCAL

Algumas pessoas podem vir a ocupar cargos no primeiro escalão da Prefeitura de São Paulo independentemente de qual candidata for eleita, Marta Suplicy (PT) ou Luiza Erundina (PSB).
É o caso do deputado estadual Cesar Callegari, do partido de Erundina, que, segundo Marta, poderia ser convidado para ser seu secretário de Educação.
As duas afirmam que pretendem fazer um governo de coalizão e que querem pessoas do partido da rival no secretariado.
"O PSB tem quadros muito bons que certamente poderiam participar da minha administração", afirma Marta.
"Vou querer ter o PT no governo, se eu for eleita. E também estarei apoiando a Marta, caso ela ganhe", diz Erundina.
Na prática, a declaração enfraquece a estratégia petista de mostrar que, como quase todos os secretários que foram de Erundina em sua gestão (1989-92) apóiam Marta, ela, por isso, teria condições de fazer um governo melhor.
A ex-prefeita trabalha com a idéia de formar o secretariado com pessoas que apoiaram outros candidatos, inclusive com alguns de seus colaboradores do primeiro governo que estão com Marta.
Mas a preocupação do PT em mostrar que os ex-secretários de Erundina estão com Marta também é uma estratégia para anular críticas feitas por Erundina e Paulo Maluf (pré-candidato pelo PPB) de que Marta não tem experiência administrativa -ela só ocupou cargos no Legislativo. "Toda a equipe que está comigo é bastante experiente", diz a petista.
Na semana passada, Mário Sergio Cortella, secretário da Educação de Erundina, foi à TV para participar do programa gratuito do PT. A participação de outros ex-secretários de Erundina também deverá ocorrer na TV.
"Se falarmos de saúde, o Eduardo Jorge (da pasta na gestão anterior) pode dar um depoimento e assim por diante", diz Valdemir Garreta, coordenador de comunicação da campanha.
Erundina afirma que nunca negou o mérito de sua equipe de governo, que hoje está com Marta, mas diz que "a cidade de São Paulo tem ótimas universidades, que formam excelentes quadros técnicos que poderão se juntar a nós para administrar a cidade".
Ela acredita que, se eleita, terá "mais abertura" para formar o secretariado e trazer pessoas de outros partidos, ao contrário do que ocorreu em sua primeira gestão.
"Desta vez são necessários muitos outros acertos. A situação social do país se agravou e, por isso, é preciso acertar muito mais."
As duas dizem não se preocupar com o "DNA" dos projetos realizados no mandato anterior.
Para Marta, "as pessoas sabem que foram realizações do PT". Para Erundina, "foi um trabalho feito em equipe", mas a responsabilidade última era dela. (FÁBIO ZANINI E ROBERTO COSSO)


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