São Paulo, domingo, 11 de junho de 2000


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Apenas um dos mencionados não fez o curso

DA SUCURSAL DO RIO

De sete militantes citados no álbum do 1º Exército, só um disse não ter estudado luta armada em Cuba.
"Dei alguns tiros lá, mas não cheguei a fazer o curso", diz o hoje dentista Carlos Fayal, um dos poucos ex-comandantes da ALN vivos.
Leia trechos de depoimentos de quatro militantes com passagem por Cuba. Trinta anos depois, mantêm-se de esquerda, reconhecem erros. Dizem ser impossível compreender a guerrilha fora do contexto da época.

José Dirceu, 54 (deputado federal e presidente do PT, ex-Molipo):
"Houve evidentemente erros crassos, vistos de hoje. Se o governo abrisse os arquivos, se saberia mais sobre treinamento em Cuba, possíveis informantes, onde estão desaparecidos políticos."

Carlos Minc, 48 (deputado estadual do PT no Rio, ex-VPR): "Depois do golpe e do AI-5 (Ato Institucional 5, de 1968), foram fechadas as portas. Se tirar a atitude (adesão à luta armada) do momento histórico em que existiu, fica ridículo."

Carlos Fayal, 51 (dentista no Rio, ex-dirigente da ALN):
"O mundo era outro, totalmente diferente de hoje. A luta armada não era maluca como hoje tentam passar."

Daniel Aarão Reis, 54 (professor de história na UFF, ex-militante do MR-8): "Havia furos colossais no treinamento de guerrilha rural em Cuba. Dormia-se em barracos de madeira, com camas, rede para conter mosquito e água encanada." (MM)


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