São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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PAINEL

Ideal governista
Serra acredita que no início do horário eleitoral a campanha já estará definitivamente polarizada entre o PT e o PSDB. Para isso, o tucano espera diminuir a diferença entre ele e Lula em cerca de seis pontos percentuais (hoje está 40% a 21%), deixando Garotinho e Ciro para trás.

Mau-olhado
Apesar de estar em terceiro lugar nas pesquisas, Garotinho (PSB) não é considerado mais um problema pelo PSDB. O partido acha que sua candidatura se esvaziará naturalmente.

Fator marqueteiro
Ciro (PPS) é, na avaliação do PSDB, o único que poderia disputar com Serra a outra vaga no segundo turno (a primeira seria de Lula). Mas, para isso, dizem os tucanos, precisaria melhorar significativamente a qualidade dos seus comerciais na TV.

Brincadeira de garoto
Garotinho tem dito no PSB que herdará os cerca de 10% de votos que Lula deve perder até a eleição, o que seria, segundo ele, suficiente para levá-lo ao segundo turno contra o petista: "Eu e o Lula estamos em uma gangorra. Se um desce, o outro sobe".

Eterno admirador
Candidato a vice na chapa de Ciro Gomes, Paulinho disse a tucanos que, se FHC fosse o candidato do governo, não teria dúvidas e votaria nele pela terceira vez. "Mas com o Serra não dá."

Infiltração tucana
Secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, substituirá Paulinho na presidência da central. O primeiro vice, Melquíades Araújo, não assumirá o cargo, pois pretende disputar a eleição. Deve ser o suplente na chapa do tucano José Aníbal (SP) ao Senado.

Comparação de campanha
No comitê de campanha de José Serra, o diretor de Política Monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, só é chamado de Gustavinho Franco.

Sustos programados
A cúpula do PT atribui ao "terror econômico" a queda de Lula no Datafolha. Para a sigla, o discurso governista de que uma vitória da oposição transformaria o Brasil em uma Argentina está dando resultado e afastando parte do eleitorado não-petista que pensava em votar em Lula.

Calmante televisivo
Parte da cúpula do PT defende que o partido use as propagandas eleitorais a que terá direito até o fim do mês para mostrar que a crise econômica é causada pelo governo FHC e que, em uma eventual gestão Lula, todos os compromissos econômicos do Brasil seriam cumpridos.

Nos acréscimos
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, deve adiar o anúncio da posição do seu partido nas eleições, previsto para hoje. Quer mais tempo para convencer a sigla a apoiar Lula. Ontem, previa que a chance de a coligação sair era de 80%.

Cabeças quentes
Valdemar e José Alencar se reunirão hoje com José Dirceu (PT) para acertar problemas regionais que impedem a aliança. Um problema foi resolvido ontem: o PL indicará o vice de Avenzoar Arruda, candidato do PT, ao governo da PB.

Dia seguinte
O ex-governador Adauto Bezerra (PFL-CE) declarou apoio aos tucanos Lúcio Alcântara e Tasso Jereissati na eleição do Ceará. Detalhe: Tasso lançou sua primeira candidatura ao governo, em 1986, para derrotar o "coronelismo" de Bezerra.

Sem retratação
Abordada por um grupo de sociólogas sobre sua manifestação de apoio a Lula, Erundina (PSB) disse que Garotinho é "imaturo e voluntarista" e "usa a religião com fins eleitorais".

TIROTEIO

Do líder do governo Alckmin na Assembléia de SP, Duarte Nogueira, sobre o PT-SP acusar o PSDB de usar a máquina pública na campanha:
- O PT tem dois réus confessos nesse assunto: o secretário João Sayad, que admitiu o desvio de R$ 2,7 mi da saúde para fazer propaganda de Marta, e Antônio Palocci, coordenador do programa de governo do Lula e prefeito de Ribeirão Preto, que aumentou em quase 500% os gastos com publicidade.

CONTRAPONTO

Esforço vão

Na última quinta-feira, o pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, cumpriu uma maratona de eventos na Câmara dos Deputados.
Compareceu a um encontro com associações de aposentados, passou pelo Congresso Nacional de Meninos e Meninas de Rua e, antes de ir embora, ainda participou de uma reunião do movimento negro.
No encontro dos aposentados, Lula discursou sobre a política previdenciária em um eventual governo do PT.
Enquanto Lula falava, dois aposentados conversavam:
- Aquele lá não é o Lula?
- Não sei, eu não consigo enxergar direito.
- Então vamos ouvir o discurso para descobrir se é o Lula.
Os dois ficaram em silêncio. Segundos depois, um aposentado disse ao outro:
- Não adianta, eu também não consigo ouvir direito...



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