ROBERTO COSSO
ENVIADO A PINDAMONHANGABA

Parte dos cerca de 890 convencionais que, segundo os registros oficiais, votaram pela aprovação da Frente Trabalhista -formada por PPS, PTB e PDT- não esteve presente na convenção dos três partidos, realizada ontem pela manhã em Pindamonhangaba.
A falta de controle sobre os livros de presença dos próprios partidos permitiu que convencionais-fantasmas tivessem seus votos contabilizados para a oficialização das candidaturas de Ciro Gomes (PPS) a presidente da República e de Paulo Pereira da Silva (PTB) a vice-presidente.
A legislação eleitoral somente permitiu a realização de convenções partidárias a partir de ontem. Como parte dos convencionais não poderia estar no interior de São Paulo em uma segunda-feira por causa de compromissos assumidos em outros locais, os partidos organizaram uma festa para Ciro no último domingo.
Os livros de presença da convenção foram colocados à disposição dos convencionais desde o domingo pela manhã -antes, portanto, do início do prazo legal para a realização de convenções. Ao se registrarem na festa, os convencionais recebiam seus crachás e assinavam o livro de presença da convenção.
No final da festa, porém, vários convencionais deixaram a cidade e não voltaram mais. Sob o compromisso de não ter seu nome revelado, um deles disse à Folha que seria perda de tempo permanecer em Pindamonhangaba porque não haveria divergência sobre a escolha dos candidatos.

Pressa
A Frente Trabalhista tinha pressa para oficializar a candidatura de Ciro, para que ele pudesse aparecer na propaganda gratuita do PTB estadual, que vai ao ar nesta semana. Para serem consideradas válidas, as convenções partidárias precisam ter a presença de mais da metade dos convencionais aptos a votar.
Às 9h de ontem, quando começou oficialmente a convenção, o livro de presença do PPS já registrava 235 assinaturas. Os livros registraram a presença de cerca de 890 convencionais. Os organizadores da convenção, contudo, disseram à Folha que havia entre 500 e 600 pessoas presentes.



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