São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Objetivo é usar tempo na TV para fazer campanha para Garotinho e massificar número da legenda

PSB disputará o governo de todos os Estados

LIEGE ALBUQUERQUE
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O PSB terá candidato ao governo dos 26 Estados do país e ao Distrito Federal. A decisão foi aprovada ontem pela executiva do partido antes da oficialização da candidatura à Presidência de Anthony Garotinho. Até ontem, segundo a direção do partido, apenas Sergipe, Rio Grande do Sul e Acre não tinham nomes definidos para a disputa estadual.
A convenção aconteceu ontem no Riocentro (zona oeste do Rio de Janeiro) e reuniu cerca de 8.000 pessoas -a maioria cabos eleitorais. Além de Garotinho, foi aprovada a candidatura de Rosinha Matheus para o governo do Rio.
A deputada federal Luiza Erundina (SP) e o ex-governador do Amapá João Capiberibe não compareceram à convenção. Eles defendiam uma aliança da oposição ainda no primeiro turno. A direção do PSB minimizou o fato. A Folha ligou para Erundina e Capiberibe, mas ambos não retornaram os telefonemas.
A idéia de ter candidatos próprios nos Estados é para usar o tempo destinado aos governadores para fazer campanha de Garotinho e massificar o voto na legenda. Mesmo que o presidenciável não possa aparecer no horário para os governadores, eles deverão obrigatoriamente colaborar na massificação do número 40.
A estratégia é para compensar o pouco tempo de televisão do partido, estimado em seis minutos diários -metade pela manhã e outra à noite. "Nosso projeto é nacional e o partido precisa eleger o máximo de deputados federais para que não seja atingido pela cláusula de barreira", disse o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral.
Garotinho rechaçou que haverá candidatos laranjas nos Estados apenas para alavancar sua candidatura. "Nossa cor é amarela, e não laranja. No início, vai ter gente desconhecida, mas depois isso muda", afirmou.
No discurso, Garotinho apresentou o slogan que deve favorecer o voto de legenda. "A esperança agora tem número: é 40", disse.
O presidenciável disse que fará uma campanha "na voz". Adaptou um grito de guerra da UNE (União Nacional dos Estudantes) para dizer que não fará uma campanha milionária, como a "do candidato do governo". "O povo somos nós, a nossa luta e a nossa voz", disse.
Sobre Lula, foi irônico. Disse que não precisa de marqueteiro para mudar sua imagem, referindo-se a Duda Mendonça, responsável pela campanha do petista.
Além da UNE, o presidenciável lembrou o estilo do seu antigo líder político, hoje desafeto, Leonel Brizola, presidente nacional do PDT. No encerramento do seu discurso, que durou cerca de dez minutos, repetiu por três vezes a estrofe final do Hino da Independência. "Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil", disse, antes de dar as mãos à mulher, Rosinha, para cantar o Hino Nacional.
A convenção deixou em aberto a vaga de vice nas candidaturas de Garotinho e Rosinha. Segundo o presidenciável, o PSB vai esperar a decisão oficial do PMDB e do PL, que realizam suas convenções nos dias 15 e 23, respectivamente. No entanto, o ex-prefeito de Diadema Gilson Menezes já se colocou, oficialmente, à disposição do partido para ser vice na chapa de Garotinho.



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