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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Objetivo é usar tempo na TV para fazer campanha para Garotinho e massificar número da legenda
PSB disputará o governo de todos os Estados
LIEGE ALBUQUERQUE
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O PSB terá candidato ao governo dos 26 Estados do país e ao
Distrito Federal. A decisão foi
aprovada ontem pela executiva
do partido antes da oficialização
da candidatura à Presidência de
Anthony Garotinho. Até ontem,
segundo a direção do partido,
apenas Sergipe, Rio Grande do
Sul e Acre não tinham nomes definidos para a disputa estadual.
A convenção aconteceu ontem
no Riocentro (zona oeste do Rio
de Janeiro) e reuniu cerca de 8.000
pessoas -a maioria cabos eleitorais. Além de Garotinho, foi aprovada a candidatura de Rosinha
Matheus para o governo do Rio.
A deputada federal Luiza Erundina (SP) e o ex-governador do
Amapá João Capiberibe não compareceram à convenção. Eles defendiam uma aliança da oposição
ainda no primeiro turno. A direção do PSB minimizou o fato. A
Folha ligou para Erundina e Capiberibe, mas ambos não retornaram os telefonemas.
A idéia de ter candidatos próprios nos Estados é para usar o
tempo destinado aos governadores para fazer campanha de Garotinho e massificar o voto na legenda. Mesmo que o presidenciável
não possa aparecer no horário para os governadores, eles deverão
obrigatoriamente colaborar na
massificação do número 40.
A estratégia é para compensar o
pouco tempo de televisão do partido, estimado em seis minutos
diários -metade pela manhã e
outra à noite. "Nosso projeto é nacional e o partido precisa eleger o
máximo de deputados federais
para que não seja atingido pela
cláusula de barreira", disse o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral.
Garotinho rechaçou que haverá
candidatos laranjas nos Estados
apenas para alavancar sua candidatura. "Nossa cor é amarela, e
não laranja. No início, vai ter gente desconhecida, mas depois isso
muda", afirmou.
No discurso, Garotinho apresentou o slogan que deve favorecer o voto de legenda. "A esperança agora tem número: é 40", disse.
O presidenciável disse que fará
uma campanha "na voz". Adaptou um grito de guerra da UNE
(União Nacional dos Estudantes)
para dizer que não fará uma campanha milionária, como a "do
candidato do governo". "O povo
somos nós, a nossa luta e a nossa
voz", disse.
Sobre Lula, foi irônico. Disse
que não precisa de marqueteiro
para mudar sua imagem, referindo-se a Duda Mendonça, responsável pela campanha do petista.
Além da UNE, o presidenciável
lembrou o estilo do seu antigo líder político, hoje desafeto, Leonel
Brizola, presidente nacional do
PDT. No encerramento do seu
discurso, que durou cerca de dez
minutos, repetiu por três vezes a
estrofe final do Hino da Independência. "Ou ficar a pátria livre, ou
morrer pelo Brasil", disse, antes
de dar as mãos à mulher, Rosinha,
para cantar o Hino Nacional.
A convenção deixou em aberto
a vaga de vice nas candidaturas de
Garotinho e Rosinha. Segundo o
presidenciável, o PSB vai esperar
a decisão oficial do PMDB e do
PL, que realizam suas convenções
nos dias 15 e 23, respectivamente.
No entanto, o ex-prefeito de Diadema Gilson Menezes já se colocou, oficialmente, à disposição do
partido para ser vice na chapa de
Garotinho.
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