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PREVIDÊNCIA
Manifestantes provocam tumulto durante sessão da Assembléia
Comissões aprovam projeto de Alckmin; PT vota contra
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que institui a
contribuição previdenciária mensal de 5% para os servidores do
Estado foi aprovado ontem, em
sessão tumultuada, pelo Congresso de Comissões da Assembléia e
chegou ao plenário da Casa, onde
deverá ser votado até o início da
próxima semana.
O principal ponto do texto, que
tem apenas oito artigos, trata da
criação de uma alíquota de 5% sobre o total do salário de cada servidor público estadual. O dinheiro, segundo o projeto, será destinado "ao custeio das aposentadorias" do funcionalismo.
Assim, o desconto, se aprovado
o projeto, saltará dos atuais 6%,
destinados às pensões, para 11%.
A bancada governista é maioria
entre os 94 parlamentares da Casa
e não deverá ter problemas para
aprovar o texto.
Os deputados do PT nas comissões -Constituição e Justiça, Administração e Finanças- votaram contra o texto ontem.
A bancada do partido, oposição
a Alckmin, deverá trabalhar agora
para obstruir a votação do projeto
no plenário, o que pode abrir uma
crise entre o tucano e o Planalto,
já que o governador declarou
apoio à reforma da Previdência
do presidente Lula.
A reforma do PT também propõe alíquota de 11% para desconto dos servidores. Com o resultado de ontem, fracassou a tentativa
do ministro José Dirceu (Casa Civil) de fechar um acordo entre a
bancada petista e Alckmin.
A estratégia do PT agora é retardar ao máximo a aprovação da
medida. Os deputados do partido
querem ganhar tempo para tentar
abrir um novo canal de negociação com o governo do Estado.
Eles querem que Alckmin aguarde a aprovação da reforma federal
para, então, enviar um novo e
mais amplo texto ao Legislativo.
O relator do Congresso de Comissões, Edson Aparecido
(PSDB), deu parecer favorável ao
texto do governador e vetou todas
as emendas apresentadas na sessão -31 no total- e um projeto
substitutivo. O tucano foi vaiado
pelos manifestantes e fez críticas
aos deputados petistas, que foram
preservados dos apupos. "Fiz um
apelo ao PT para apoiar o projeto
porque no plano federal a posição
do PSDB é favorável às mudanças", afirmou Aparecido.
Segundo ele, os vetos às emendas foram necessários porque a
maior parte delas dependia das
mudanças constitucionais que
deverão ser feitas pela reforma do
PT no Congresso. O governo do
Estado prometeu enviar à Assembléia um novo projeto, no segundo semestre, que adequará a Previdência estadual às mudanças
feitas pelo Congresso.
Manifestações
A sessão foi marcada por manifestações de servidores e militantes partidários contrários à reforma. Cerca de 300 pessoas acompanharam as discussões na galeria do plenário principal, vigiadas
pela PM, a maioria ligada ao
PSTU, partido radical de esquerda, e a sindicados das áreas de
saúde e educação da CUT.
Um grupo de cerca de 20 manifestantes invadiu o plenário para
pressionar deputados. Segundo
policiais, alguns ameaçaram agredir deputados governistas. Assustados, os parlamentares decretaram o fim da sessão logo após a
votação do parecer do relator.
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