São Paulo, quinta, 11 de junho de 1998

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PAINEL

Está ruim...
O PSDB já dá como favas contadas que não elegerá em outubro o mesmo número de governadores (sete) que tem hoje. Avalia-se que só Tasso (CE) e Albano (SE) estariam garantidos.


...pode piorar...
Almir Gabriel (PA) terá muita chance se o PMDB o apoiar. Dante (MT) deve perder para uma aliança PMDB-PFL. Covas (SP) está mal nas pesquisas. Itamar pode atrapalhar Azeredo (MG). E no Rio nem se fala.

...e acabar em desastre
Um desempenho ruim nas eleições para governadores tem efeito direto sobre as bancadas legislativas. O sonho de eleger 115 deputados federais, por exemplo, pode virar pesadelo.

Amarrado
Se o PSDB for mal nas eleições para governos estaduais e bancadas legislativas, FHC seria mais dependente ainda do PFL e do PMDB em eventual segundo governo do que no primeiro.

Mas o cenário mudou
A estratégia de comunicação exibida por Nizan Guanaes ao PSDB recentemente, na linha "O Brasil tem rumo", foi desenhada em meados de 97 por Geraldo Walter, que morreu em março. Era tida como ideal para o cenário no qual FHC bate Lula no 1º turno sem tensão social.

Incômodo ético
Covas deverá se licenciar do governo após a convenção paulista do PSDB, no dia 28. "É o único jeito de ele conseguir fazer campanha. No cargo, fica tímido, sempre explicando que não está abusando", diz um tucano.

Apelo emocional
Sem sucesso até agora, auxiliares de FHC tentam fazer com que Covas não se licencie para disputar a reeleição. Alegam que o presidente vive fase ruim e que a comparação com o governador seria explorada na eleição.

Salada ideológica
Paulo Bornhausen (PFL-SC), que sai da Câmara para ser candidato a deputado estadual, terá festa de despedida, dia 18, em Brasília. Convidou de Genoino (PT) a Roberto Campos (PPB).

Noivado avançado
Cresceu muito ontem a chance de ser fechada aliança do PSB com o PDT de Francisco Rossi em São Paulo. Os socialistas indicariam José Aristodemo Pinotti para vice e ficariam com a vaga de candidato ao Senado. A manobra tem apoio de Arraes.

Sem cerimônia
Candidato de oposição a presidente da Fiesp, Joseph Couri defendeu em palestra na semana passada que a entidade vire "a maior central de lobby do país". "Com café da manhã, almoço, jantar e uísque para toda a classe política. Do Legislativo, Executivo e Judiciário."

Efeito pesquisa
Rossi, que tem dificuldade financeira em sua campanha, começou a receber telefonemas de empresários. O candidato do PDT ao governo paulista apareceu tecnicamente empatado com Maluf na última Datafolha.

Sucessão mineira
O PMDB nacional acha que fez o que pôde para unir Itamar e Newtão. A bola está com o ex-presidente, que ainda não teve uma boa conversa com o adversário na convenção que escolherá o candidato ao governo.

Berço esplêndido
Até Newtão estranha o comportamento de Itamar na disputa pela legenda do PMDB. O ex-presidente não se articula com convencionais e parece ansioso em viajar para os EUA. Como se a candidatura ao governo de Minas viesse por gravidade.

Dança das cadeiras
Coordenador político da campanha de FHC, Euclides Scalco levou ao presidente o nome do ex-governador Ary Queiroz (PR), outro tucano histórico, para substituí-lo na presidência da Itaipu Binacional.

Outro lado
Jutahy Jr., presidente do PSDB baiano, diz que o partido está fechado com João Durval (PDT), candidato a governador. "Adesismo (ao pefelista César Borges) sempre existe. Mas é oportunista e minoritário".

TIROTEIO


De Paulo Bernardo (PT-PR), sobre o secretário-geral do PSDB, Arthur Virgílio (AM), ter associado ataque que recebeu de Lula aos métodos de Collor:
- Ele investe na imagem de bate-estaca de FHC para esconder o constrangimento de ter abandonado a candidatura de oposição a Amazonino Mendes (PFL-AM), a quem chamava de corrupto e agora abraça.

CONTRAPONTO

Uma atrás da outra
O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), David Zylbersztajn, e o presidente da Petrobrás, Joel Rennó, participaram de um seminário na semana passada em um hotel de São Paulo.
Rennó só entrou no auditório após a fala de Zylbersztajn, que trava uma queda-de-braço com a Petrobrás. E cutucou:
- Quem ouviu o David já sabe tudo. Posso abreviar a minha parte.
Apesar de constrangido, já que estava na platéia, Zylbersztajn não passou recibo. Mas a saia justa não parou por aí.
Na saída, Zylbersztajn, que havia dito que a ANP estava "cassando" os revendedores de combustível adulterado, foi abordado por um homem:
- Sou um cassado. Como eu fico?
Sem paciência, Zylbersztajn foi lacônico:
- Como fica?! Cassado, ora!
E saiu de fininho antes de mais confusão.



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