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São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2003

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Líder governista é xingado por manifestantes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Professor Luizinho (PT-SP), um dos líderes do governo na negociação da reforma da Previdência, foi xingado e vaiado ontem por servidores públicos que compareceram à reunião da comissão especial da Câmara que analisa a reforma.
"Traidor", "pelego", "canalha", "Cabo Anselmo [ex-militante de esquerda acusado de trair os colegas durante o regime militar] da Câmara" e "Geddel [Viera Lima, integrante da tropa-de-choque de FHC] do PT" foram algumas das referências dirigidas em voz alta pelos manifestantes que se aglomeravam no pequeno espaço da sala da comissão.
Uma servidora do Poder Judiciário, que se identificou como Elisângela Gomes, 28, chegou a tentar invadir a ala reservada aos deputados aos berros de "eu sou trabalhadora, canalha, me respeita". Ela foi contida pelos seguranças, mas continuou xingando o deputado petista.
Minutos antes, o líder governista havia dito que os servidores público que se manifestavam não passavam de "agitadores".
Luizinho procurou não responder aos xingamentos, que também foram dirigidos a outros integrantes do PT presentes à reunião, como o deputado Arlindo Chinaglia (SP).
A reunião da comissão ouvia lideranças dos servidores e o presidente da AMB (Associação dos Magistrados do Brasil), Cláudio Baldino Maciel.
Ao mesmo tempo em que os deputados favoráveis à proposta do governo eram vaiados, os que se posicionavam contra eram aplaudidos. Quando o deputado Jair Bolsonaro (PTB-RJ) -histórico adversário da esquerda- ia começar a falar, um manifestantes gritou, arrancando risos: "Esse é deputado de verdade".
O tumulto causado pela manifestação dos servidores levou o presidente da comissão, Roberto Brant (PFL-MG), a ameaçar por várias vezes encerrar a sessão. (RANIER BRAGON)


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