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São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2003

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Lula defende combate à fome contra terrorismo

do enviado especial a Lisboa

Em frase que pode ser lida como uma crítica ao governo norte-americano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem, diante de seu colega português Jorge Sampaio, uma nova visão da segurança global.
"Não será militarmente que vamos acabar com o terrorismo nem tampouco com o narcotráfico. Vamos enfrentar isso com muito mais densidade a hora que a gente atacar o problema crucial, que é a pobreza no mundo", disse.
Mas o eixo da reunião de trabalho que Lula manteve com Sampaio e do discurso posterior foi o Mercosul, prioridade um da diplomacia brasileira já com Fernando Henrique Cardoso, mas fortalecida com Lula.
O presidente brasileiro definiu como "lição de casa" a consolidação do Mercosul, para depois "tratar de envolver todos os países da América do Sul", em um bloco destinado a "facilitar as negociações com a União Européia e outros eventuais parceiros" (óbvia alusão aos Estados Unidos e à negociação da Alca, a Área de Livre Comércio das Américas).
No que depender de Portugal, Jorge Sampaio ofereceu o esforço para "consolidar em definitivo" o acordo entre o Mercosul e a União Européia. Antes, o presidente português já havia dito a jornalistas brasileiros que o fato de a União Européia, de que Portugal é membro, estar se ampliando para o Leste não deveria representar um abandono do bom relacionamento com o Brasil.
"O que podemos dar como contributo adicional é precisamente Portugal não ficar confinado a essa ligação (da UE com o Leste europeu), mas ter a visão estratégica de consolidar a ligação com o Brasil", disse o presidente.
A conversa entre os dois foi bastante amena, segundo relatos de autoridades. Sampaio recebeu Lula, no Palácio de Belém, com um abanador distribuído em Brasília no dia 1º de janeiro, comemorativo da posse do governante brasileiro. O presidente português definiu o ato daquele dia como "uma cerimônia completamente inesquecível". (CR)


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