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Lula defende combate à fome contra terrorismo
do enviado especial a Lisboa
Em frase que pode ser lida como uma crítica ao governo norte-americano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem,
diante de seu colega português
Jorge Sampaio, uma nova visão
da segurança global.
"Não será militarmente que vamos acabar com o terrorismo
nem tampouco com o narcotráfico. Vamos enfrentar isso com
muito mais densidade a hora que
a gente atacar o problema crucial,
que é a pobreza no mundo", disse.
Mas o eixo da reunião de trabalho que Lula manteve com Sampaio e do discurso posterior foi o
Mercosul, prioridade um da diplomacia brasileira já com Fernando Henrique Cardoso, mas
fortalecida com Lula.
O presidente brasileiro definiu
como "lição de casa" a consolidação do Mercosul, para depois
"tratar de envolver todos os países
da América do Sul", em um bloco
destinado a "facilitar as negociações com a União Européia e outros eventuais parceiros" (óbvia
alusão aos Estados Unidos e à negociação da Alca, a Área de Livre
Comércio das Américas).
No que depender de Portugal,
Jorge Sampaio ofereceu o esforço
para "consolidar em definitivo" o
acordo entre o Mercosul e a
União Européia. Antes, o presidente português já havia dito a
jornalistas brasileiros que o fato
de a União Européia, de que Portugal é membro, estar se ampliando para o Leste não deveria representar um abandono do bom relacionamento com o Brasil.
"O que podemos dar como contributo adicional é precisamente
Portugal não ficar confinado a essa ligação (da UE com o Leste europeu), mas ter a visão estratégica
de consolidar a ligação com o Brasil", disse o presidente.
A conversa entre os dois foi bastante amena, segundo relatos de
autoridades. Sampaio recebeu
Lula, no Palácio de Belém, com
um abanador distribuído em Brasília no dia 1º de janeiro, comemorativo da posse do governante
brasileiro. O presidente português definiu o ato daquele dia como "uma cerimônia completamente inesquecível".
(CR)
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