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Corrupção piorou no Brasil, afirma Bird
Em relatório anual do Banco Mundial, país cai em 5 dos 6 itens medidos e nível é o pior em dez anos
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O nível de corrupção no Brasil é o pior em dez anos, segundo relatório anual de governança produzido pelo Banco Mundial (Bird) e divulgado ontem.
De acordo com o levantamento, o país está em nível inferior
ao que se encontrava quando a
entidade começou a fazer esse
estudo, em 1996.
As melhoras observadas entre 1998 e 2000 (segundo mandato de FHC) e 2002 e 2003
(eleição e primeiro ano de mandato de Lula) foram anuladas
pelos resultados dos últimos
três anos. O estudo é feito pelo
Instituto do Banco Mundial e
classifica 212 países e territórios de acordo com o desempenho em seis itens.
Para tanto, leva em conta dados fornecidos por 33 fontes internacionais. No caso brasileiro, foram 18 as entidades ouvidas para a classificação do país.
Das seis categorias -controle de corrupção; capacidade de
ser ouvido e prestação de contas; eficiência administrativa;
qualidade regulatória; estado
de direito; e estabilidade política e ausência de violência-, o
Brasil só melhorou na última,
em comparação com o período
anterior.
O controle de corrupção é definido pelo Bird como "a medida da extensão com que o poder
público é exercido para ganhos
privados, incluindo tanto pequenas quanto grandes formas
de corrupção, assim como o "seqüestro" do Estado por elites e
interesses privados".
"Nos últimos anos, o Brasil
parece ter experimentado alguma deterioração em várias dimensões de governança", escreveu à Folha, por e-mail, Daniel Kaufmann, um dos autores
do relatório. Durante entrevista coletiva, ele havia estimado o
custo da corrupção mundial
em US$ 1 trilhão por ano. "O
ônus da prática recai de maneira desproporcional sobre o bilhão de pessoas que vivem em
extrema pobreza."
O relatório causou uma grita
entre países mal-avaliados,
muito por conta do escândalo
que envolveu a instituição responsável pelo estudo. No mês
passado, o então presidente do
Bird, Paul Wolfowitz, pediu demissão por ter protegido durante sua gestão uma namorada funcionária do banco.
"Não estamos querendo ganhar um concurso de popularidade", afirmou Kaufmann ontem, sobre a reação negativa.
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