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MST queima bandeira dos EUA em Brasília
ELIANE SILVA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Cercados por um cordão de
500 policiais militares armados
com cassetetes, milhares de militantes do MST queimaram
ontem à tarde uma bandeira gigante dos Estados Unidos em
frente à embaixada norte-americana, em Brasília (DF).
O fogo no símbolo dos EUA,
que tinha a inscrição "FMI", foi
o primeiro ato da marcha dos
11 mil manifestantes que participam do 4º Congresso Nacional do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra) pelas ruas de Brasília.
Apesar da tensão, não houve
confrontos entre a PM e os militantes.
Duas tentativas de invasão do
prédio pelas laterais foram
contidas pelos líderes do MST e
barradas pela polícia.
O único dano à embaixada
foi a queima de uma parte da
cobertura plástica do corredor
de entrada. "O povo não sabe
se manifestar. A intenção é destruir", disse o major Djalma
Lins, que comandou o esquema de segurança no local.
Antes de deixar o prédio,
uma comissão de sem-terra,
deputados e membros da Comissão de Direitos Humanos
da OAB protocolou a entrega
de um abaixo-assinado. No documento, pedem a suspensão
da execução do jornalista negro norte-americano Mumia
Abu-Jamal. Ele é acusado de ter
matado um policial em 1981.
Os sem-terra fizeram também um protesto em frente ao
Ministério da Agricultura contra os alimentos transgênicos.
A manifestação encerrou-se à
noite, na Esplanada dos Ministérios, com um ato público pedindo a instalação de uma CPI
para o caso do prédio do TRT
(Tribunal Regional do Trabalho) paulista.
"Viemos aqui mostrar nossa
força, decretar a morte de FHC
e exigir que a corrupção seja
banida", disse Gilmar Mauro,
dirigente nacional do MST, aos
manifestantes na Esplanada.
Pela manhã, um grupo de
sem-terra foi recebido pelos
presidentes do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), e do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), Paulo
Costa Leite. O grupo reivindicou a abertura da CPI da obra
superfaturada do TRT-SP.
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