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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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PAINEL

Bolo sem recheio
A proposta orçamentária para 2004, a ser enviada ao Congresso até o fim do mês, já causa uma "guerra surda" na Esplanada. A intenção do governo é aumentar os recursos para a área social. Mas, como a arrecadação não deverá crescer significativamente, alguém terá de perder.

Caneta sem tinta
Na última semana, Lula recebeu ao menos três ministros com reclamações sobre o Orçamento de 2004. Na Esplanada, há até quem cogite deixar o cargo se não obtiver mais verba para tocar os projetos prioritários.

Esforço concentrado
A tendência do governo é concentrar em 2004 boa parte das verbas sociais em uma só pasta, provavelmente na da Assistência Social. O que deixa muita gente insatisfeita. O ministério, hoje comandado por Benedita da Silva, reuniria os programas de distribuição de renda.

Dor de cabeça
Paulo Lacerda tem reclamado muito a amigos da falta de recursos da Polícia Federal. Disse a alguns deles, inclusive, que poderá deixar a diretoria-geral da PF se a situação não melhorar.

O estilo de sempre
O Planalto interpretou o lançamento da Frente Parlamentar Pró-Municípios como mais um recado do PMDB: se o governo não acelerar a repartição de cargos, o partido irá dificultar a reforma tributária no Senado, com a desculpa de tentar obter mais receitas para as prefeituras.

Mesa de negociação
Na renovação do acordo com o FMI, o governo vai propor ao Fundo aumentar o limite de endividamento dos municípios para obras de saneamento, habitação e infra-estrutura. Mas apenas para os que cumprem a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Caixa reforçado
Cesar Maia (PFL) embarcará no início de setembro para os EUA onde receberá US$ 400 mi do BID para a terceira etapa do programa Favela Bairro no Rio.

Canela dos outros
De Celso Pitta, sobre a base de Marta Suplicy impedir a abertura da CPI dos transportes na Câmara: "Na minha gestão, fui investigado 24 horas por dia. É curioso como agora o PT não tem interesse em apurar mais nada".

No próprio quintal
Partidos aliados pediram ao Planalto a cabeça de Aldo Rebelo (PC do B-SP). Argumentam que ele não tem mais condições de ser o líder do governo na Câmara. Sete dos 11 deputados de seu próprio partido votaram contra a taxação de inativos.

Prestigiado
O Planalto respondeu a quem reclamou de Aldo Rebelo (PC do B) que não pretende retirar o deputado da liderança do governo na Câmara dos Deputados.

Governismo radical
A senadora Roseana Sarney tem sido chamada de a "Heloísa Helena do PFL". A maranhense não costuma seguir as orientações da cúpula do partido, que é oposição ao governo, e quase sempre vota de acordo com os interesses da gestão Lula.

De volta aos cofres
A força-tarefa do Ministério da Previdência e da Receita conseguiu recuperar neste ano R$ 89 milhões em bens de devedores do INSS apenas no Estado de São Paulo. O grupo prendeu 50 pessoas e instaurou 200 inquéritos em 450 operações.

Plantão médico
Humberto Costa (Saúde) lançará em setembro o Sistema de Urgência e Emergência Médica, que promete equipar 238 municípios com ambulâncias e especialistas em resgate. O ministério investirá R$ 200 milhões.

TIROTEIO

Do deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), defendendo a permanência no partido dos oito parlamentares dissidentes que se abstiveram em votação da reforma da Previdência na Câmara:
- Espero que o PT preserve o patrimônio político que construiu. O desafio de um partido de esquerda no governo de um país quebrado pelo neoliberalismo é 90% político e 10% disciplinar. E não o contrário, como pensa quem defende a expulsão.

CONTRAPONTO

Direto do forno

No dia 19 de agosto, Raul Christiano Sanchez, que trabalhou no governo FHC, lançará o livro "De Volta ao Começo: Raízes de um PSDB Militante, que Nasceu na Oposição".
Numa das passagens, Sanchez relembra as dificuldades que os fundadores do partido encontraram em conseguir espaços para suas primeiras reuniões. Em 1987, a Assembléia de SP negou o uso de suas dependências apenas dois dias antes de um encontro marcado para o local.
Sem tempo para avisar os convidados, entre os quais prefeitos, deputados e vereadores de outros Estados, resolveram montar um "comitê de desvio" na porta da Assembléia. Quem chegou foi encaminhado a uma pizzaria. No final da reunião, que contou com mais de cem pessoas, Humberto Parro, então prefeito de Osasco, disse, rindo:
-O partido começou em pizza. Espero que não acabe assim!



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