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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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OUTRO LADO

Presidente da Casa faz defesa da atuação dos assessores especiais

DA REPORTAGEM LOCAL

DA AGÊNCIA FOLHA

Por meio de seu assessor de imprensa, Luis Costa Pinto, o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), disse, na última quinta-feira, que o trabalho de ocupantes de CNEs (Cargos de Natureza Especial) da presidência da Casa em seu escritório político em Osasco (SP) deve-se a "viagens" que esses assessores fariam constantemente entre Brasília e São Paulo.
O assessor de Cunha também afirmou que o deputado não pretende alterar o ato da Mesa 11/95, que permite ao CNE ter seu ponto de frequência diária liberado.
Pinto disse que Cunha poderia "apreciar" possível uso eleitoral de CNEs, desde que "um caso específico" lhe fosse apresentado.
As respostas de Cunha foram publicadas na edição de ontem da Folha. Entre terça-feira e sexta-feira da semana passada, Cunha não atendeu a um pedido de entrevista, sob a alegação de falta de tempo (duas sessões que analisaram a reforma da previdência acabaram nas madrugadas da quarta e da quinta).
Ontem, a reportagem pediu, ao diretor de comunicação da Câmara, Márcio Araújo, uma entrevista com Cunha. O pedido não havia sido atendido até às 19h. O presidente da Câmara esteve, no final de semana, em viagem de trabalho no Uruguai. O assessor Luis Costa Pinto foi procurado, mas seu telefone celular não atendeu à chamada.
Os deputados Inocêncio Oliveira (PFL-PE) e Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) afirmaram que o uso de CNEs em seus Estados era um fato "normal" e uma "prática" anterior à chegada deles aos cargos que hoje ocupam na Mesa. Oliveira afirmou que a presença de assessores da vice-presidência da Casa em Serra Talhada (PE) é necessária porque ele precisaria de "uma estrutura" no Estado. A que já dispõe no seu gabinete parlamentar seria insuficiente.
Geddel Vieira Lima afirmou que o trabalho de seus assessores em Salvador (BA) tem função administrativa "indireta", pois forneceria subsídios "numa série de atitudes para o exercício parlamentar". O deputado, porém, admitiu que o trabalho de seus assessores poderá ser revisto, "se for passível de críticas". Lima defendeu que a listagem nominal de todos os funcionários da Casa seja divulgada na internet. (RV e JM)


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