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OUTRO LADO
Presidente da Casa faz defesa da atuação dos assessores especiais
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
Por meio de seu assessor de imprensa, Luis Costa Pinto, o presidente da Câmara dos Deputados,
João Paulo Cunha (PT-SP), disse,
na última quinta-feira, que o trabalho de ocupantes de CNEs
(Cargos de Natureza Especial) da
presidência da Casa em seu escritório político em Osasco (SP) deve-se a "viagens" que esses assessores fariam constantemente entre Brasília e São Paulo.
O assessor de Cunha também
afirmou que o deputado não pretende alterar o ato da Mesa 11/95,
que permite ao CNE ter seu ponto
de frequência diária liberado.
Pinto disse que Cunha poderia
"apreciar" possível uso eleitoral
de CNEs, desde que "um caso específico" lhe fosse apresentado.
As respostas de Cunha foram
publicadas na edição de ontem da
Folha. Entre terça-feira e sexta-feira da semana passada, Cunha
não atendeu a um pedido de entrevista, sob a alegação de falta de
tempo (duas sessões que analisaram a reforma da previdência
acabaram nas madrugadas da
quarta e da quinta).
Ontem, a reportagem pediu, ao
diretor de comunicação da Câmara, Márcio Araújo, uma entrevista
com Cunha. O pedido não havia
sido atendido até às 19h. O presidente da Câmara esteve, no final
de semana, em viagem de trabalho no Uruguai. O assessor Luis
Costa Pinto foi procurado, mas
seu telefone celular não atendeu à
chamada.
Os deputados Inocêncio Oliveira (PFL-PE) e Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA) afirmaram que o uso
de CNEs em seus Estados era um
fato "normal" e uma "prática" anterior à chegada deles aos cargos
que hoje ocupam na Mesa. Oliveira afirmou que a presença de assessores da vice-presidência da
Casa em Serra Talhada (PE) é necessária porque ele precisaria de
"uma estrutura" no Estado. A que
já dispõe no seu gabinete parlamentar seria insuficiente.
Geddel Vieira Lima afirmou
que o trabalho de seus assessores
em Salvador (BA) tem função administrativa "indireta", pois forneceria subsídios "numa série de
atitudes para o exercício parlamentar". O deputado, porém, admitiu que o trabalho de seus assessores poderá ser revisto, "se for
passível de críticas". Lima defendeu que a listagem nominal de todos os funcionários da Casa seja
divulgada na internet.
(RV e JM)
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