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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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TENSÃO NO CAMPO

Outros 3 membros do MST são presos suspeitos de assassinato no PR

6 sem-terra são presos acusados de furto

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Um grupo de seis integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foi preso pela Polícia Militar paranaense acusados de furtar 650 sacas de soja (39 toneladas) de um silo da Araupel, em Quedas do Iguaçu (região centro-oeste do Paraná).
A prisão ocorreu na manhã de sábado. A soja pertencia a uma fazenda invadida pelo MST no último dia 12 e estava sendo transportado em três caminhões do MST pela PR-158. A carga, que estava com a venda acertada, foi recuperada e será entregue normalmente aos compradores hoje.
De acordo com a polícia, já havia uma denúncia de que a soja estava sendo desviada da Araupel desde o início da invasão.
Com o flagrante, a suspeita foi confirmada. De acordo com a Polícia Militar de Laranjeiras do Sul -que efetuou o flagrante-, a soja, é avaliada em R$ 210 mil.
A Araupel estocava 44 mil sacas de soja na área da invasão.
Foram presos João Carlos Gonçalves, Reni José do Nascimento, Vanderlei Schwalenberger, o paraguaio Carlos Ramon Lescano e um adolescente de 15 anos, cujo nome não foi divulgado.
O dono dos três caminhões que transportavam a soja, João Carlos Gonçalves, disse à polícia que estava fazendo o transporte a mando dos líderes do acampamento.
Os sem-terra presos foram indiciados por formação de quadrilha e furto qualificado.

Mais prisões
A polícia paranaense prendeu três integrantes do MST suspeitos de terem matado, uma semana atrás, o sem-terra Francisco Nascimento de Souza, 27. As prisões ocorreram na noite de sexta-feira.
Após ouvir os três suspeitos, o delegado Roberto Penteado, de Cruzeiro do Oeste, disse estar centrando suas investigações em divergências entre os próprios sem-terra como motivo do assassinato, ocorrido em Mariluz (PR).
O delegado informou que os nomes dos sem-terra são Laércio, Osmar e Valdir. Laércio e Osmar estavam acampados nas proximidades do assentamento Nossa Senhora de Aparecida (a 600 km de Curitiba), onde vivia Souza. Valdir é um dos assentados no local.
Os oito tiros que mataram o sem-terra foram dados por armas de calibres 380 e 765, os mesmos calibres das armas encontradas com os suspeitos. ""Não posso ainda afirmar que foram eles. São apenas suspeitos, eles negam a autoria", afirmou o delegado.



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