São Paulo, terça-feira, 11 de setembro de 2001

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PMDB articula substituir senador

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de eleger o deputado federal Michel Temer (SP) para a presidência da sigla, agora os peemedebistas ligados ao Palácio do Planalto querem partir para a próxima etapa da recomposição do partido: escolher um substituto viável para ocupar a presidência do Senado, no lugar de Jader Barbalho (PA), que se licenciou do cargo.
Os nomes mais trabalhados até o momento dentro do PMDB para substituir Jader são os dos senadores Renan Calheiros (AL) e José Alencar (MG). O nome de Renan foi tema de várias conversas paralelas entre os dirigentes peemedebistas na festa da vitória de Michel Temer, no domingo à noite, na casa do deputado federal Paulo Lima (PS), em Brasília.
"São dois ótimos nomes [Renan e Alencar". São os que estão aí", disse Michel Temer ontem à tarde, durante uma reunião com os dirigentes do partido para decidir quem vai compor a nova comissão Executiva da sigla.
A decisão sobre quem fará parte da Executiva sai hoje, às 15h, quando se reúne o Diretório Nacional do PMDB, já na sua composição resultante da convenção nacional de domingo. O grupo de Michel Temer tem 75 membros. A ala dos derrotados ficou com 45 membros. É tradição no partido que a Executiva seja composta contemplando proporcionalmente vitoriosos e derrotados. Mas o estatuto da sigla permite que os vencedores fiquem com todos os cargos -essa tendência tem sido defendida por vários líderes peemedebistas.
"Eles foram muito agressivos. Queremos apurar o partido", diz Michel Temer. O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima, é mais direto: "Não haverá composição. A Executiva tem de ser coesa. Mandará no partido o grupo vencedor da convenção".
Entre os moderados do PMDB governista, segundo a Folha apurou, existe a tese de que uma vaga da Executiva deveria ser entregue ao senador Iris Rezende (GO), que esteve ao lado da candidatura derrotada a presidente do partido do senador Maguito Vilela (GO).
"Até agora ninguém me ligou. Mas a pacificação do partido pretendida pelo Michel vai depender muito dele. Seria muito elegante da parte dele fazer uma Executiva com todas as alas", declarou Iris.
Maguito é mais incisivo. "Vamos participar da Executiva. Eles não estarão fazendo nenhum favor para nós oferecendo uma vaga. É um direito que nós temos."
Passada a eleição de Michel Temer e a composição final da Executiva hoje à tarde, o grupo governista do PMDB vai se concentrar apenas no caso Jader Barbalho. A substituição de Jader é o segundo passo da sigla - o primeiro foi a eleição de Temer - para se recompor internamente e participar com mais força das conversas dentro da aliança governista. O PMDB acredita que resolvendo o impasse do senador paraense a sigla estará preparada para voltar a influir na sucessão presidencial.
Uma conversa na parte da tarde entre o senador Ney Suassuna (PB), membro da Executiva do PMDB, e Fernando Henrique Cardoso deu uma indicação sobre o caminho que a sigla deve tomar.
"O presidente disse estar satisfeito com as declarações do Michel, afirmando que o partido terá candidato próprio. Mas ele acha que temos de nos reunir, todos os partidos, para interromper um pouco essa discussão de quem será o cabeça de chapa. É mais importante encontrar os pontos de coincidência", disse Suassuna.


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