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PMDB articula substituir senador
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de eleger o deputado federal Michel Temer (SP) para a
presidência da sigla, agora os peemedebistas ligados ao Palácio do
Planalto querem partir para a
próxima etapa da recomposição
do partido: escolher um substituto viável para ocupar a presidência do Senado, no lugar de Jader
Barbalho (PA), que se licenciou
do cargo.
Os nomes mais trabalhados até
o momento dentro do PMDB para substituir Jader são os dos senadores Renan Calheiros (AL) e
José Alencar (MG). O nome de
Renan foi tema de várias conversas paralelas entre os dirigentes
peemedebistas na festa da vitória
de Michel Temer, no domingo à
noite, na casa do deputado federal
Paulo Lima (PS), em Brasília.
"São dois ótimos nomes [Renan
e Alencar". São os que estão aí",
disse Michel Temer ontem à tarde, durante uma reunião com os
dirigentes do partido para decidir
quem vai compor a nova comissão Executiva da sigla.
A decisão sobre quem fará parte
da Executiva sai hoje, às 15h,
quando se reúne o Diretório Nacional do PMDB, já na sua composição resultante da convenção
nacional de domingo. O grupo de
Michel Temer tem 75 membros.
A ala dos derrotados ficou com 45
membros. É tradição no partido
que a Executiva seja composta
contemplando proporcionalmente vitoriosos e derrotados.
Mas o estatuto da sigla permite
que os vencedores fiquem com
todos os cargos -essa tendência
tem sido defendida por vários líderes peemedebistas.
"Eles foram muito agressivos.
Queremos apurar o partido", diz
Michel Temer. O líder do PMDB
na Câmara, Geddel Vieira Lima, é
mais direto: "Não haverá composição. A Executiva tem de ser coesa. Mandará no partido o grupo
vencedor da convenção".
Entre os moderados do PMDB
governista, segundo a Folha apurou, existe a tese de que uma vaga
da Executiva deveria ser entregue
ao senador Iris Rezende (GO),
que esteve ao lado da candidatura
derrotada a presidente do partido
do senador Maguito Vilela (GO).
"Até agora ninguém me ligou.
Mas a pacificação do partido pretendida pelo Michel vai depender
muito dele. Seria muito elegante
da parte dele fazer uma Executiva
com todas as alas", declarou Iris.
Maguito é mais incisivo. "Vamos participar da Executiva. Eles
não estarão fazendo nenhum favor para nós oferecendo uma vaga. É um direito que nós temos."
Passada a eleição de Michel Temer e a composição final da Executiva hoje à tarde, o grupo governista do PMDB vai se concentrar
apenas no caso Jader Barbalho. A
substituição de Jader é o segundo
passo da sigla - o primeiro foi a
eleição de Temer - para se recompor internamente e participar com mais força das conversas
dentro da aliança governista. O
PMDB acredita que resolvendo o
impasse do senador paraense a sigla estará preparada para voltar a
influir na sucessão presidencial.
Uma conversa na parte da tarde
entre o senador Ney Suassuna
(PB), membro da Executiva do
PMDB, e Fernando Henrique
Cardoso deu uma indicação sobre
o caminho que a sigla deve tomar.
"O presidente disse estar satisfeito com as declarações do Michel, afirmando que o partido terá
candidato próprio. Mas ele acha
que temos de nos reunir, todos os
partidos, para interromper um
pouco essa discussão de quem será o cabeça de chapa. É mais importante encontrar os pontos de
coincidência", disse Suassuna.
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