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São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2003

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PAINEL

República da companheirada
Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) empregou Sandra Recalde em sua assessoria. Ex-auxiliar de Zeca do PT em MS, a petista é acusada de contrabando e de desvio de verba do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Os casos correm na PF e no Ministério Público Federal de MS.

Curriculum vitae
Em 2000, Sandra Recalde foi presa na fronteira com o Paraguai com R$ 5 mil em equipamentos eletrônicos. Na acusação de desvio de verba, teria emitido nota fiscal fria de R$ 25 mil. Procurada ontem, não quis comentar as denúncias. Gushiken também não falou à Folha.

Estratégia furada
Líderes do Senado procuraram Luiz Otávio (PMDB) e pediram a ele que renunciasse na tribuna à sua indicação ao TCU. Em seguida, fariam apelos protocolares para que não desistisse. O senador não topou. Diz que os avisara previamente de que respondia a acusações e que eles lhes prometeram respaldo.

Peito estufado
O peemedebista Hélio Costa (MG) tem espalhado no Senado que vai virar ministro de Lula. "Sou o nome mais forte no PMDB", disse a colegas. Já sabe até a pasta: a das Comunicações.

Simples coincidência
O governo federal liberou R$ 451 mil ontem para a Prefeitura de Itirissuí (BA). A cidade é administrada pelo tucano Wagner Novaes, afilhado político do líder Jutahy Júnior, fiador do acordo do PSDB com o governo na reforma tributária.

Emprego novo
Ronaldo Lessa (PSB) convidou Jamil Haddad para assessorá-lo no governo de AL. Haddad exonerou-se da direção geral do Inca (Instituto Nacional do Câncer) após denúncias de que ingerência política levaram à falta de remédios e à redução do número de atendimentos no hospital.

Teme dirigismo
Associação de agências de publicidade enviou carta à Petrobras na qual reclama dos critérios da licitação para a conta da estatal. Pelo edital, apenas empresas com capital líquido superior a R$ 1,8 mi podem concorrer. No Brasil, nem cinco agências estariam habilitadas.

Outro lado
A Petrobras diz que a conta publicitária é de mais de R$ 200 mi e que exigiu capital líquido alto para ficar segura de que as três vencedoras terão condições de cumprir o contrato.

Para a oficina
Das agências reguladoras, a ANTT, dos transportes, é a que tem a pior nota no governo. O Planalto diz que está em guerra com a pasta dos Transportes.

Marca do pênalti
Cristovam Buarque causou perplexidade no Planalto ao convocar estudantes a pressionar o Congresso por mais recursos para a educação. Avalia-se que o ministro, desconfiado de que será demitido, endureceu o discurso para sair "por cima".

Dúvida interna
Um auxiliar de Buarque perguntou se ele pede mais verbas em público porque quer sair do governo. Respondeu que não. Que seu plano é convencer o Planalto a priorizar a educação.

Faxina no vizinho
A Câmara discute proibir a contratação de parentes nos gabinetes... de juízes. O projeto está para ser votado na Comissão da Reforma do Judiciário.

Apoio moral
João Paulo (Câmara) visitará amanhã José Rainha no presídio. Prestará solidariedade ao líder do MST pela ameaça de morte que sofreu do PCC. Mas fará discurso condenando o uso de armas no campo, tanto pelos sem-terra como pelos ruralistas.

TIROTEIO

De Demétrio Magnoli, doutor em geografia humana pela USP, sobre a Argentina ter declarado moratória ao FMI:
-Lula e Néstor Kirchner traíram seu passado. Lula levou sua política econômica para a direita. Kirchner foi para a esquerda. Essas ações não traduzem ideologia de governo, mas a conjuntura econômica de seus países.

CONTRAPONTO

No escurinho

O vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Vantuil Abdala, esteve dias atrás em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado participando de uma discussão sobre a reforma trabalhista.
O tom era crítico em relação à atual legislação.
Para ilustrar o que chama de "exageros" permitidos pelas leis que regulam o setor, Abdala contou um caso ocorrido recentemente em São Paulo.
Após a denúncia de um garçom, um fiscal do Ministério do Trabalho multou um estabelecimento por desrespeitar o grau mínimo de luminosidade.
O curioso, observou Abdala, é que se tratava de uma boate.
O proprietário do estabelecimento reclamou na Justiça:
-Eu até pago a multa, mas, se for obrigado a colocar 80 watts de iluminação, vai todo mundo ler jornal lá dentro e meu negócio estará arruinado.


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