UOL

São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Visando 2004, PSDB quer se livrar de reformas para ampliar ataques ao PT

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O PSDB quer se livrar da reforma tributária na Câmara e dos compromissos assumidos por seus oito governadores com o governo federal para assumir uma nova forma de atuação na oposição e dar início à campanha eleitoral de 2004, na qual pretende ser o principal adversário do PT.
Em reunião realizada anteontem à noite, em um hotel de Brasília, a Executiva do partido, com a presença de pelo menos 30 lideranças municipais, definiu estratégias para enfrentar o PT na disputa pelas prefeituras.
O principal alvo do ataque será o "aparelhamento do governo" e a falta de um plano estratégico do PT. Os tucanos, no entanto, acham que os ataques eleitorais só poderão de fato ter início depois que o partido se livrar de "compromissos históricos" em torno da reforma tributária, principalmente na Câmara.
A cúpula tucana também considera que as concessões feitas pela base aliada na reforma tributária já são suficientes para garantir a governabilidade de São Paulo e Minas Gerais, Estados onde estão dois dos presidenciáveis do PSDB para 2006, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, respectivamente.
Com o texto aprovado na Câmara, vereadores, prefeitos e até os governadores do partido estariam livres do discurso de "oposição responsável" adotado até agora e passariam a atacar o que chamam de pontos fracos do PT.

Ambiente esgotado
De acordo com a estratégia dos tucanos, o ambiente para negociação na Câmara já estava esgotado e o partido deveria passar a trabalhar para possíveis alterações somente no Senado.
Essa foi a justificativa apresentada aos prefeitos da sigla que pediram apoio às mudanças no texto da reforma ainda na Câmara. "No Senado nós temos uma boa possibilidade de conseguir mudanças", afirmou o presidente do PSDB, José Aníbal.
O líder dos tucanos no Senado, Arthur Virgílio (AM), que participou da reunião de anteontem, afirmou que o PT fez um "aparelhamento cínico da máquina pública" e que seu partido deve iniciar uma campanha combativa. "Vamos mostrar que ele não sabem governar", disse.

São Paulo
Uma das principais preocupações do PSDB é a situação eleitoral em São Paulo, onde a prefeita Marta Suplicy (PT) deve ser candidata à reeleição.
Na visão dos tucanos, a petista já está em franca campanha, enquanto o PSDB ainda nem definiu seu candidato e não tem um discurso afinado de oposição, já que Alckmin, cauteloso quanto à possibilidade de São Paulo perder com a reforma, vem adotando um discurso brando em relação ao governo do PT.
"A reforma na Câmara é página virada. Nós queremos agora discutir o país", afirmou o deputado federal Walter Feldman (PSDB), que é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.


Texto Anterior: Rolo tributário: Governo fecha acordo e aprova "emenda tucana"
Próximo Texto: RS tentará obter verba de fundo constitucional
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.