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Visando 2004, PSDB quer se livrar de
reformas para ampliar ataques ao PT
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O PSDB quer se livrar da reforma tributária na Câmara e dos
compromissos assumidos por
seus oito governadores com o governo federal para assumir uma
nova forma de atuação na oposição e dar início à campanha eleitoral de 2004, na qual pretende ser
o principal adversário do PT.
Em reunião realizada anteontem à noite, em um hotel de Brasília, a Executiva do partido, com a
presença de pelo menos 30 lideranças municipais, definiu estratégias para enfrentar o PT na disputa pelas prefeituras.
O principal alvo do ataque será
o "aparelhamento do governo" e
a falta de um plano estratégico do
PT. Os tucanos, no entanto,
acham que os ataques eleitorais só
poderão de fato ter início depois
que o partido se livrar de "compromissos históricos" em torno
da reforma tributária, principalmente na Câmara.
A cúpula tucana também considera que as concessões feitas pela
base aliada na reforma tributária
já são suficientes para garantir a
governabilidade de São Paulo e
Minas Gerais, Estados onde estão
dois dos presidenciáveis do PSDB
para 2006, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, respectivamente.
Com o texto aprovado na Câmara, vereadores, prefeitos e até
os governadores do partido estariam livres do discurso de "oposição responsável" adotado até agora e passariam a atacar o que chamam de pontos fracos do PT.
Ambiente esgotado
De acordo com a estratégia dos
tucanos, o ambiente para negociação na Câmara já estava esgotado e o partido deveria passar a
trabalhar para possíveis alterações somente no Senado.
Essa foi a justificativa apresentada aos prefeitos da sigla que pediram apoio às mudanças no texto
da reforma ainda na Câmara. "No
Senado nós temos uma boa possibilidade de conseguir mudanças",
afirmou o presidente do PSDB,
José Aníbal.
O líder dos tucanos no Senado,
Arthur Virgílio (AM), que participou da reunião de anteontem,
afirmou que o PT fez um "aparelhamento cínico da máquina pública" e que seu partido deve iniciar uma campanha combativa.
"Vamos mostrar que ele não sabem governar", disse.
São Paulo
Uma das principais preocupações do PSDB é a situação eleitoral em São Paulo, onde a prefeita
Marta Suplicy (PT) deve ser candidata à reeleição.
Na visão dos tucanos, a petista
já está em franca campanha, enquanto o PSDB ainda nem definiu
seu candidato e não tem um discurso afinado de oposição, já que
Alckmin, cauteloso quanto à possibilidade de São Paulo perder
com a reforma, vem adotando um
discurso brando em relação ao
governo do PT.
"A reforma na Câmara é página
virada. Nós queremos agora discutir o país", afirmou o deputado
federal Walter Feldman (PSDB),
que é pré-candidato à Prefeitura
de São Paulo.
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