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Senadora do PT se une à oposição pela Previdência
DO ENVIADO A BRASÍLIA
Pelo segundo dia consecutivo, e
com a ajuda da senadora Heloísa
Helena (PT-AC), a oposição ao
governo Lula conseguiu ontem à
noite esticar os debates na CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça) do Senado em torno da reforma da Previdência.
A proposta da bancada governista na Casa era realizar apenas
um debate na CCJ e, com isso,
acelerar o trâmite da reforma no
Senado. Anteontem, a oposição,
liderada por PFL e PSDB, defendeu, com sucesso, o debate em
duas sessões.
Logo que as discussões começaram ontem, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), criticando o
"açodamento" do trâmite na Casa, iniciou um processo de obstrução que tinha como objetivo a
realização de mais uma sessão.
O tucano, que alegava tempo insuficiente para o debate, ganhou o
apoio da senadora Heloísa Helena
e do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). A petista, que
sofre processo de expulsão do
partido, sugeriu a apresentação
de um requerimento para uma
nova sessão. Oito representantes
de entidades de servidores seriam
ouvidos, além do ministro Ricardo Berzoini (Previdência).
Virgílio encampou a idéia e
apresentou o requerimento, que
acabou contando com o apoio do
PFL e da bancada do PT. Com isso, a CCJ terá pelo menos mais
duas sessões para debater a reforma, provavelmente nas próximas
segunda-feira e terça-feira. Ontem, quatro representantes dos
servidores e o ministro falaram.
Arthur Virgílio chegou a dizer
que reforma da Previdência proposta pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso era melhor
do que a atual do ponto de vista
dos servidores. "Pela primeira vez
eu vou concordar com vossa excelência. O saco de maldades era
dez vezes menor", disse Helena.
O líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante, defendeu a
"agilidade" dos trabalhos na Casa
e foi criticado por ACM. "Seja menos presunçoso, mais humilde."
Subteto
Os líderes dos partidos da base
governista no Senado receberam
aval do ministro José Dirceu (Casa Civil) para promover mudanças no subteto dos servidores estaduais previsto na proposta de
reforma da Previdência aprovada
pela Câmara. No almoço, ficou
decidido que qualquer solução
para o subteto será negociada
com os governadores. Mercadante descartou o teto único para todos os Estados, tendo como parâmetro o subsídio dos desembargadores, como defende o PFL.
Segundo ele, uma das soluções
estudadas é manter na Constituição o salário de governador como
subteto para o executivo estadual
e aprovar um dispositivo dando a
cada governador o poder de enviar à respectiva Assembléia Legislativa projeto de lei fixando teto diferenciado, nunca superior
ao salário do desembargador.
O líder do governo e o do PT,
Tião Viana (AC), que é também o
relator da reforma da Previdência
no Senado, disseram a Dirceu que
não há chance de o Senado aprovar o subteto fixado pela Câmara
para os servidores do poder Executivo nos Estados.
Pelo texto, no âmbito estadual
os subtetos são diferentes para os
servidores do Executivo, do Judiciário e do Legislativo. Os servidores do Executivo estadual não poderão receber mais (salário e contribuição) do que recebe o respectivo governador. No caso do Judiciário, a soma da remuneração
dos servidores não poderá exceder o salário de desembargador
-que corresponde a 90,25% do
que recebe o ministro do STF. Os
servidores do Legislativo têm sua
remuneração limitada pelo salário do deputado estadual.
(JAB)
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