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João Leite promete fim de imposto
estadual para empresa em favela
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O deputado estadual João Leite
(PSB), candidato à Prefeitura de
Belo Horizonte que é apoiado pelo governador Aécio Neves
(PSDB), prometeu no seu programa eleitoral exibido na noite de
quarta-feira isenção tributária do
Estado de Minas Gerais para
quem montar empresas em favelas da capital mineira.
A promessa de Leite é indevida,
já que ele fala em benefício tributário da alçada do Estado, sem ter
a garantia de que isso irá acontecer. O governador tucano está em
viagem ao exterior.
O anúncio da isenção estadual
para o projeto que ele batizou de
"Zona Franca de Favela" foi feito
a reboque da promessa de isenção
fiscal que a prefeitura também dará, caso Leite seja eleito administrador municipal. A isenção da
prefeitura foi anunciada por Leite,
e a do Estado, pela locutora do seu
programa.
Imediatamente após a fala do
candidato, ela disse: "Imposto zero da prefeitura e imposto zero do
Estado: quando a prefeitura e o
Estado andam juntos, tudo fica
melhor".
Leite falou da proposta pela primeira vez. Ela consiste, segundo
ele, em "imposto zero" para quem
montar empresas dentro ou no limite das favelas, desde que criem
empregos e treinem trabalhadores. O candidato afirmou que será
"um dos projetos mais importantes" da sua eventual gestão.
À Agência Folha, a assessoria de
imprensa de Aécio informou que
não poderia responder se a promessa tem respaldo do governo
estadual, já que o governador está
viajando e orientou o setor de comunicação do Executivo para não
comentar assuntos que dizem
respeito à questão eleitoral.
Em desvantagem nas pesquisas
de intenção de voto, Leite intensificou as críticas ao seu principal
adversário, o prefeito Fernando
Pimentel (PT), que pode vencer
no primeiro turno. O deputado
do PSB tem usado muito a imagem de Aécio para tentar reverter
o quadro desfavorável.
O promotor Edson Resende de
Castro, que coordena o Centro de
Apoio dos Promotores Eleitorais,
do Ministério Público Estadual,
disse que Leite, ao fazer tal promessa, "está assumindo implicitamente que vai conseguir o benefício com o governador". Afirmou que isso "não tem vedação
na Lei Eleitoral". Cabe ao eleitor,
disse ele, acreditar ou não na promessa de campanha.
Segundo Castro, somente o governo do Estado pode acionar a
Justiça, caso não concorde com a
promessa feita pelo candidato.
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