São Paulo, Sábado, 11 de Setembro de 1999
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PAINEL

Farrinha fiscal 1

O Senado articula uma saída para dar um desafogo às finanças dos Estados. Os partidos querem mostrar resultados na eleição do ano que vem.

Farrinha fiscal 2

A idéia é aprovar uma resolução permitindo que os governadores, mesmo com o limite de endividamento estourado, possam contrair empréstimos no BID e no Banco Mundial.

Bode na sala

Sob pressão dos governadores, o Planalto deve apoiar a solução do Senado para o endividamento dos Estados. Do contrário, corre o risco de ver aprovada uma resolução que reduz de 13% para 5% o comprometimento das receitas estaduais com o pagamento da dívida.

E aí, Malan?

A solução articulada no Senado para turbinar o cofre dos Estados tem um problema óbvio: aumenta o endividamento. Mas seriam estabelecidos critérios para a tomada dos empréstimos. A vantagem é que aumenta a entrada de dólares no país, o que interessa ao Planalto.

Personagem de novela

Maldade que circula no Planalto sobre o fato de o secretário Andrea Matarazzo ter sido cotado duas vezes para a pasta das Comunicações e uma para a do Desenvolvimento: ""Nesse ritmo, vai virar a viúva Porcina, a que foi sem nunca ter sido".

Doce ilusão

O Planalto acredita que Malan (Fazenda) terá uma trégua dos partidos políticos. Argumento: são eles os mais necessitados de que as coisas melhorem.

Não me deixem só
De Roberto Freire (PPS), sobre Celso Pitta dizer que a eventual candidatura de Collor à Prefeitura de SP no ano que vem enriqueceria o debate político: "Os dois se equivalem".

Nova tentativa
Eduardo Braga - que pelo minúsculo PSL quase derrotou Amazonino Mendes na eleição de 98 para o governo do Amazonas- está indo para o PTB. Pretende disputar a Prefeitura de Manaus no ano que vem.

Bom exemplo
O programa bolsa-escola vai ser implantado no Equador. A ONG Missão Criança, criada por Cristovam Buarque, foi contratada para atender 600 mil famílias no país com recursos do BID e do Banco Mundial.

Pegando boi no laço

Alcides Tápias assume o Desenvolvimento na terça, mas marcou reunião com a equipe do ministério na segunda. Vai decidir quem fica. Detalhe: está bem difícil conseguir novos auxiliares na iniciativa privada.

Precisa dizer mais

Kapaz envia um documento a amigos, a maioria tucanos, justificando a troca do PSDB pelo PPS. Sua primeira frase, do filósofo romano Sêneca, é: ""Quando o timoneiro do barco não sabe a que porto quer chegar, não há vento que ajude". Ele se filia ao partido de Ciro no dia 20.

Passando recibo

Tucanos paulistas bombardeiam Kapaz, dizendo que Covas se julga traído por ele, que se projetou ao ocupar uma pasta no seu governo. Kapaz está trocando o PSDB pelo PPS e disputará a Prefeitura de SP. Seu perfil, semelhante ao do tucano Alckmin, pode dividir votos.

Medalha de prata
O PDT gaúcho está em pé de guerra. A ala que defende coligação com o PT para disputar a sucessão de Porto Alegre lançou Pedro Ruas -que perdeu a eleição para o Senado em 98- como vice. Pompeo de Mattos, adepto da candidatura própria, diz que é submissão demais.

Esperando sentado
Caciques do PTB dizem que estão cansados da indecisão de Romeu Tuma. O senador foi convidado a sair do PFL para disputar a sucessão paulistana em 2000 pela sigla há quase um mês e ainda não respondeu.

TIROTEIO

De Augusto Marzagão, que assessorou três presidentes (Jânio, Sarney e Itamar), avaliando que o fato de Malan ter se fortalecido após derrubar Clóvis Carvalho pode fazer a sua fritura voltar mais quente em pouco tempo:
- Já vi esse filme. Muito poder atrai muitos inimigos. O Malan vai ter de fazer ""malanbarismo" para ficar no cargo.

CONTRAPONTO

Candidato a ficar no cargo
Na semana da queda de Clóvis Carvalho, o ministro Pedro Malan (Fazenda), então sob o bombardeio dos tucanos, cumpriu uma extenuante agenda de almoços e de jantares políticos.
Um desses jantares foi na casa do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado), na terça-feira da semana passada.
Suassuna fez o convite aos integrantes da CAE na sessão matutina daquela terça.
O senador Lúcio Alcântara (PSDB-PB) ficou confuso:
- Eu recebi convite para um jantar com o Malan, mas não é hoje, é amanhã.
Do fundo da sala, o senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO) sapecou:
- Ora, Lúcio. Você quando está em campanha também não janta duas vezes no mesmo dia?
Malan não havia chegado a tanto. Lúcio Alcântara é que se confundira. Os dois jantares de Malan ocorreram em dias diferentes, mas a agenda ministerial parecia mesmo de campanha.


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