|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONTAS PÚBLICAS
Análise da Câmara faz previsões arriscadas para 2000
Governo inclui receitas incertas no Orçamento
da Sucursal de Brasília
Análise preliminar do projeto
de Orçamento para 2000, feita pela assessoria da Câmara, aponta
como incerto o recolhimento de
um volume de dinheiro correspondente a 38% da meta de superávit primário (resultado das contas públicas que exclui o pagamento de juros) da União, de R$
28,4 bilhões.
Além da manutenção de alíquotas mais altas do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre
Lucro Líquido, que ainda dependem de aprovação pelo Congresso e já contabilizadas como incertas, o estudo considera arriscada a
previsão do Orçamento de arrecadar outros R$ 6 bilhões.
Estaria sob risco a estimativa do
governo de recolher R$ 3,4 bilhões mediante a diferença de
preços internos e externos dos
combustíveis, a chamada conta-petróleo. Para chegar a essa conta,
o governo teria apenas três opções: 1) os preços do petróleo no
mercado internacional se estabilizarem ou até caírem; 2) o mesmo
acontecer com as cotações do dólar; 3) o governo promover novos
aumentos de preços dos combustíveis no país.
Essa última alternativa esbarra
em uma das metas traçadas pelo
governo para o comportamento
da economia no próximo ano:
uma inflação de 6%. Técnicos da
assessoria parlamentar consideram mais realista a possibilidade
de o governo conseguir R$ 1,6 bilhão com a conta-petróleo.
Também é considerado arriscado o recolhimento de R$ 3,3 bilhões da contribuição previdenciária de servidores públicos e
inativos da União, cuja cobrança é
contestada judicialmente.
Informalmente, o governo já
considera a possibilidade de perder pelo menos uma parte desse
dinheiro (leia texto abaixo).
Como a conta-petróleo e a contribuição da Previdência não foram consideradas incertas pelo
governo, não há nenhuma despesa do Orçamento condicionada
ao seu recolhimento, como acontece com a manutenção das alíquotas de 27,5% do Imposto de
Renda e de 12% da Contribuição
Social sobre Lucro Líquido.
Nesses dois últimos casos, se o
Congresso não aprovar as propostas do governo, parte das despesas previstas no Orçamento será automaticamente cortada. Até
ontem, a assessoria parlamentar
ainda não havia identificado que
despesas foram classificadas como ""condicionadas" às duas taxas.
(MARTA SALOMON)
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: STF ainda analisa processos Índice
|