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INCENTIVOS
Governo decide reduzir benefícios ao setor de forma gradual até extinção
Lei de Informática dura até 2013
MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília
O incentivo fiscal da Lei de Informática -cuja extinção estava
prevista para o final de outubro-
passará a ser reduzido gradualmente, a partir de 2001, até pouco
mais da metade (57%), em outubro 2013, quando será extinto.
Detalhes técnicos da renovação
do incentivo por mais 14 anos foram fechados ontem, dois dias
depois de o presidente Fernando
Henrique Cardoso ter determinado que os produtos de informática continuariam contando com
redução no pagamento do IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados).
O Ministério da Fazenda resistiu até a última hora à renovação
dos benefícios pelo mesmo prazo
dos incentivos concedidos à Zona
Franca de Manaus. Até a véspera
do acordo, a Fazenda insistia em
prorrogar o incentivo por, no máximo, sete anos.
Os técnicos do ministério calculavam que a isenção integral reduziria em R$ 1,3 bilhão a receita
do IPI, estimada em cerca de R$
17 bilhões neste ano. O incentivo
não está previsto no Orçamento
que o governo enviou ao Congresso na semana passada.
A polêmica sobre a renovação
dos incentivos ao setor de informática dura mais de quatro meses
e foi um dos pontos de discordância entre o ministro Pedro Malan
(Fazenda) e o ex-ministro do Desenvolvimento Clóvis Carvalho.
Carvalho defendeu a proposta
do Ministério da Ciência e Tecnologia, que previa a manutenção da
isenção do IPI até 2004 e a prorrogação do incentivo até 2013, já
com uma redução do imposto devido de 70%.
A proposta final do governo, fechada ontem em reunião de representantes dos ministérios da
Fazenda, do Desenvolvimento, da
Ciência e Tecnologia e das Relações Exteriores, coordenada pela
Casa Civil, está mais próxima da
defendida pelos setores do governo mais afinados com o chamado
discurso ""desenvolvimentista".
A isenção será substituída, em
2001, por um incentivo de 97% do
IPI devido. A cada ano, o incentivo será reduzido. Chegará a 90%
em 2003, 65% em 2011 e 57%, em
2013.
O relator do projeto na Câmara,
deputado Júlio Semeghini
(PSDB-SP), avalia que a proposta
do governo deve atender às principais reivindicações do setor e
evitar a migração de investimentos para a Zona Franca de Manaus.
Semeghini calcula que a renovação do incentivo fiscal custará
num primeiro momento cerca de
R$ 750 milhões e deverá garantir
novos investimentos externos de
US$ 1,5 bilhão no ano que vem.
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