São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2000

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PAINEL

Não é inocente, mas é útil
FHC segue apostando na dobradinha Jader-Inocêncio para manter unida a base aliada. Mas tucanos que transitam pelo Planalto estão adorando o ensaio de vôo de Sarney. Além de achar que o trato com ele seria mais "fácil", dizem que, mesmo que não emplaque, o ex-presidente ajuda a baixar a crista de Jader.

Laranjada baiana
Sarney quer, sim, presidir o Senado, mas o apoio ostensivo que tem de ACM tornou-se um problema. O ex-presidente teme passar por "laranja", um candidato instrumentalizado pelo baiano para rachar o PMDB e derrotar Jader, seu inimigo.

Um nome a zelar
Ex-presidente da República e do Senado, Sarney não quer que conste de sua biografia que foi ele quem rachou o PMDB ao meio, logo agora que o partido conseguiu reunir seus estilhaços. Detalhe que pesa: Sarney é presidente de honra do PMDB.

Aquele abraço
Segundo familiares de Sarney, o ex-presidente só entra na disputa do Senado "se o cavalo passar selado". Ele teria dado sinal verde a ACM por se sentir grato ao baiano, peça fundamental para a indicação de Sarney Filho para o Meio Ambiente quando o Planalto queria Gilberto Gil.

Indiana Jones
FHC deixará as cobras de Brasília para dormir, do dia 17 para o 18, numa clareira aberta no Amazonas pelo Centro de Treinamento de Guerra na Selva. O presidente participa de uma conferência internacional de ministros da Defesa. E vai encarar uma das maiores concentrações de mosquitos do Planeta.

Tesoura na TVE
O governo federal tem pronta uma proposta de redução de custos da TVE. Pelo projeto em mãos do Planalto, a emissora educativa terá seus gastos anuais, em torno de R$ 40 milhões, reduzidos para R$ 26 milhões. Cabeças devem rolar.


Na hora da xepa
Pitta determinou à sua base na Câmara de SP que "engessasse" o Orçamento de 2001. Pretende reduzir a margem de remanejamento das verbas, que, desde o início da gestão Maluf, é de 15%. Tudo para dificultar a vida do (a) futuro (a) prefeito (a).
Sabotagem de risco
A vingança de Pitta está sendo comandada por vereadores da bancada do prefeito que foram derrotados nas urnas. Os pittistas reeleitos, no entanto, vivem um dilema. Temem que, provocado, o novo governo reabra uma CPI na Câmara paulistana para tentar limpar o que restou.
Fantasma federal
A Imprensa Oficial ameaça entrar em greve. Razão: gratificações duvidosas que deixaram de ser pagas depois que o órgão passou da Justiça para a Casa Civil. É o de menos. Uma auditoria identificou pessoas de mais de cem anos recebendo salários.
Sanatório geral
Furioso com intriga dentro do PFL do Paraná, que atribui a Jaime Lerner a queda de Cássio Taniguchi, o chefe da Casa Civil do governo, Alceni Guerra, diz que a disputa eleitoral assumiu ares esquizofrênicos: "Enquanto o PT reconhece nossas obras, nosso aliados sabotam o governo".
Versinhos eleitorais
Ângelo Vanhoni (PT), que ultrapassou Cássio Taniguchi em Curitiba, iniciou seu programa eleitoral do segundo turno ainda mais light. Levou ao ar um poema de Paulo Leminski. O pefelista preferiu fazer uma "mea culpa", dizendo ter reconhecido a "mensagem das urnas".
Companheiro Ciro
Aldo Rebelo (PC do B) telefonou ontem para Ciro Gomes. Quer o apoio do presidenciável do PPS a Inácio Arruda, que travou uma briga pesada em Fortaleza com Patrícia Gomes no primeiro turno. Argumento: o PC do B está ao lado do antigo partidão em Manaus e Maceió.

TIROTEIO

Do líder do PPS na Câmara, João Herrmann, sobre Maluf tentar desqualificar Marta Suplicy com ataques pessoais, dizendo, entre outras coisas, que ela teria fumado maconha:
- Maluf não causa surpresa a ninguém ao fazer esse tipo de ataque. É da sua natureza. Como fumaça em nariz de dragão.

CONTRAPONTO

Milagre brasileiro

Circula em Brasília uma piada que tem feito muito sucesso entre parlamentares. Um garotinho de 7 anos queria ganhar R$ 100 e rezou durante duas semanas para Deus. Como nada acontecia, escreveu uma carta para o Todo-Poderoso.
A carta foi colocada na caixa do correio, endereçada para o "Deus-Brasil". Como não poderia deixar de ser, resolveram enviá-la para ACM.
Comovido, o presidente do Senado mandou uma nota de R$ 10 para o menino. Achou que R$ 100 era dinheiro suficiente para uma criança tão pequena. O garotinho recebeu os R$ 10 e, na mesma hora, redigiu uma carta de agradecimento:
- Prezado Deus: muito obrigado por me mandar o dinheiro. Mas notei que, por alguma razão, o Senhor enviou por Brasília e, como sempre, aqueles políticos ficaram com 90% de comissão. Só me mandaram R$ 10!



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