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ORÇAMENTO
Secretários afirmam que vão reavaliar PIB, arrecadação e inflação
Previsão para 2001 pode ser revista
OTÁVIO CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal admitiu ontem rever as previsões de inflação,
arrecadação e PIB (Produto Interno Bruto) contidas na proposta
orçamentária para 2001 em tramitação no Congresso.
Ontem à tarde, em reunião com
deputados e senadores da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Guilherme Dias, e o secretário de Orçamento e Finanças,
Walter Giomi, afirmaram que
irão fazer um estudo que pode
reavaliar as previsões.
Os parlamentares questionaram os secretários, com base em
estudo de assessores, sobre a viabilidade de cumprimento da meta
de inflação de 5,85% para 2001, na
análise do IGP-DI, utilizada nos
cálculos das contas públicas. Se a
inflação for maior que a previsão,
irá afetar as previsões de arrecadação, despesas e PIB.
Os deputados fizeram uma analogia com o Orçamento deste ano.
A previsão era de inflação de 7%
pelo IGP-DI, revista para 13%.
Hoje, a inflação está em 15%, considerando os últimos 12 meses.
"Vamos fazer o estudo para responder todas as dúvidas dos parlamentares", afirmou Dias. O estudo será entregue à comissão antes do dia 28, quando o plenário
irá votar o relatório preliminar.
Giomi, por outro lado, afirmou
que as possíveis revisões na meta
de inflação não irá afetar as finanças públicas. "Se a inflação aumentar, aumenta a receita, mas
também aumentam as despesas
obrigatórias. O efeito é quase nulo", afirmou. Segundo ele, a variação ficaria entre R$ 100 milhões e
R$ 150 milhões, "nada significativo em relação ao Orçamento".
O relatório preliminar irá acrescentar à proposta entre R$ 3 bilhões e R$ 9 bilhões de receitas incertas, referentes à possível cobrança de impostos de fundos de
pensão. Outra receita incerta que
será incluída é relativa à maior arrecadação da Receita na cobrança
de impostos, devido ao combate à
sonegação. O valor dessa receita
extra ainda está sendo estudado.
A inclusão das novas receitas foi
definida pelo relator da comissão,
senador Amir Lando (PMDB-RO), após reunião com o secretário da Receita, Everardo Maciel.
Por outro lado, a comissão irá
retirar do Orçamento a previsão
de arrecadação de R$ 1,4 bilhão
com a contribuição previdenciária de inativos. Lando considera
que o Congresso não irá aprovar o
projeto até o final deste ano, tornando a cobrança impossível.
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