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Governo quer TDAs fora do acordo com FMI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo negocia com o FMI a
exclusão dos TDAs (Títulos de Dívida Agrária), utilizados para a
compra de terras da reforma
agrária, do cálculo do superávit
primário. A informação foi dada
ontem pelo presidente do Incra,
Rolf Hackbart. "Existe um grande
trabalho e não é nos bastidores, é
na negociação com o FMI", disse.
O superávit primário é a economia feita pelo governo para o pagamento de juros da dívida. Neste
ano, foi fixado em 4,25% do PIB
(Produto Interno Bruto). O aperto engessa o Orçamento, o que limita a emissão de TDAs.
Os títulos são resgatados em até
20 anos pelo governo e são emitidos para comprar a terra para assentamento de famílias. Hackbart
diz que ao retirar essa limitação
de um acordo com o FMI, o governo poderia, em tese, aumentar
a emissão de TDAs.
A "argumentação técnica" para
convencer o FMI foi dada, segundo Hackbart, pelo economista Joseph Stiglitz, Nobel de Economia,
em recente visita ao Brasil. O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), que negocia com o Fundo, teria aprovado a idéia. Ontem,
a assessoria da Fazenda disse que
não ter informações sobre o tema.
Hackbart disse ontem que o governo lança na próxima semana
um edital para a compra de terras
no Rio Grande do Sul. Não foram
fornecidos detalhes. O Incra possui R$ 40 milhões previstos no Orçamento para a emissão de TDAs.
O RS foi escolhido porque há
forte resistência de fazendeiros da
região para a vistoria de terras. Há
três anos não são feitas vistorias
no Estado, segundo Hackbart. No
edital, o governo vai manifestar a
vontade de comprar as terras. Caberá aos fazendeiros dizer se estão
dispostos a vender, o tamanho da
área e o valor desejado.
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