São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin desautoriza assessor e nega cortes no Orçamento

"Isso não consta do meu programa; pelo governo só falo eu", diz presidenciável

Declaração de economista prevendo corte de R$ 60 bi em gastos foi criticada por coordenador da campanha do PT, Marco Aurélio Garcia


DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, desautorizou as declarações do economista Yoshiaki Nakano, um de seus principais assessores, que defendeu uma maior intervenção do governo no câmbio e cortes de gastos no primeiro ano de governo.
Questionado sobre as declarações de Nakano, economista da Fundação Getúlio Vargas cotado para uma vaga no ministério num eventual governo tucano, Alckmin disse ontem que desautoriza qualquer pessoa a falar em seu nome: "Não vai cortar. Isso não consta do meu programa. Não tem nada disso, não. Pelo governo só falo eu".
Nakano disse em entrevista à Reuters na segunda-feira que um de seus objetivos é cortar cerca de R$ 60 bilhões em gastos anuais do governo para tentar equilibrar o Orçamento. As declarações de Nakano foram criticadas pelo coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, que divulgou nota afirmando que "Alckmin quer levar o país à recessão e o governo federal à inoperância".
Em resposta, o coordenador da campanha de Alckmin, senador Sérgio Guerra, divulgou nota "rebatendo mais uma onda de mentiras de Lula e seus companheiros de PT".
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou as propostas de Nakano: ele disse que é impossível cortar até 3% do PIB: "São R$ 60 bilhões. Em um ano, não tem condições". Ele também criticou o controle do câmbio: "Se baixar os juros rapidamente e desvalorizar, os dois movimentos exercem pressão inflacionária porque aumenta a demanda agregada e encarece as importações".


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