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União libera R$ 1 bi em emendas em 2 meses
Durante a tramitação da proposta de prorrogação da CPMF na Câmara, governo liberou R$ 995,12 milhões em verbas
No período, PMDB foi o partido que recebeu mais -R$ 36,25 mi; PT teve R$ 34,26 mi; PSDB, R$ 23,58 mi e o Democratas, R$ 18,99 mi
FÁBIO ZANINI
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nos pouco mais de dois meses em que a proposta de prorrogação da CPMF tramitou na
Câmara, o governo Luiz Inácio
Lula da Silva destinou quase
R$ 1 bilhão em verbas para as
emendas que os parlamentares
fazem ao Orçamento da União,
sendo que, na maioria, aliados
foram os mais atendidos.
A votação em segundo turno
da prorrogação até 2011 do chamado "imposto do cheque" foi
até as 3h55 de ontem e agora
segue para o Senado. Na Câmara, nenhuma mudança proposta pela oposição foi aprovada.
A emenda chegou à Casa em
abril, mas só começou a tramitar para valer após o recesso
parlamentar de julho.
De 1º de agosto a 5 de outubro, o governo destinou R$
995,12 milhões para atender
emendas, segundo cálculo da
Folha com base em dados do
Siafi (sistema de acompanhamento de gastos da União) levantados pela assessoria técnica do DEM. A média diária do
período é de R$ 15,07 milhões.
O valor liberado nesses 66
dias é praticamente o mesmo
do correspondente aos sete
primeiros meses do ano. De janeiro a julho, o governo gastou
R$ 1,1 bilhão em emendas. Mas
a média diária do período pré-CPMF é um terço do período
da votação: R$ 5,19 milhões.
Os dados incluem emendas
pagas ou empenhadas (autorizadas) e "restos a pagar" de
2005 e 2006 -dinheiro de Orçamentos anteriores que foram
represados na época.
O PMDB foi o partido mais
contemplado no período da
CPMF, com R$ 36,25 milhões
em recursos. Em segundo vem
o PT, com R$ 34,26 milhões. O
PSDB tem R$ 23,58 milhões e o
DEM, R$ 18,99 milhões.
"Não vejo relação com a
CPMF, já que até o fim do ano
haverá liberações do mesmo
porte que essas. E que bom que
as emendas tenham sido atendidas. É menos dinheiro na
mão da União e mais na dos
municípios", disse Beto Albuquerque (PSB-RS), um dos vice-líderes do governo na Casa.
Também houve distribuição
de cargos de segundo escalão.
O PP ganhou secretarias na
pasta das Cidades. O PMDB,
cargos na Fundação Nacional
de Saúde, em Furnas, na Petrobras e promessas na Eletrobrás. Já o PR emplacou o presidente do Dnit (Departamento
Nacional de Infra-Estrutura de
Transportes), o PRB, a direção
da Companhia Nacional de
Abastecimento, o PTB, a Superintendência de Seguros Privados, e o PSB, o segundo escalão
da Secretaria dos Portos.
Feriadão
A votação em segundo turno
na Câmara durou mais de oito
horas, já que a oposição usava
manobras para atrasar a votação. O texto principal foi aprovado por 333 votos (25 a mais
do que o necessário) contra 113.
As sete emendas da oposição
que tentavam derrubar ou alterar a prorrogação foram derrotadas por placares pró-governo
nunca inferiores a 325.
Líderes governistas incentivavam os deputados a ficar em
plenário madrugada afora com
a promessa de que, se terminassem a votação, a semana de
trabalho estava encerrada.
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