São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2007

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União libera R$ 1 bi em emendas em 2 meses

Durante a tramitação da proposta de prorrogação da CPMF na Câmara, governo liberou R$ 995,12 milhões em verbas

No período, PMDB foi o partido que recebeu mais -R$ 36,25 mi; PT teve R$ 34,26 mi; PSDB, R$ 23,58 mi e o Democratas, R$ 18,99 mi

FÁBIO ZANINI
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nos pouco mais de dois meses em que a proposta de prorrogação da CPMF tramitou na Câmara, o governo Luiz Inácio Lula da Silva destinou quase R$ 1 bilhão em verbas para as emendas que os parlamentares fazem ao Orçamento da União, sendo que, na maioria, aliados foram os mais atendidos.
A votação em segundo turno da prorrogação até 2011 do chamado "imposto do cheque" foi até as 3h55 de ontem e agora segue para o Senado. Na Câmara, nenhuma mudança proposta pela oposição foi aprovada.
A emenda chegou à Casa em abril, mas só começou a tramitar para valer após o recesso parlamentar de julho.
De 1º de agosto a 5 de outubro, o governo destinou R$ 995,12 milhões para atender emendas, segundo cálculo da Folha com base em dados do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos da União) levantados pela assessoria técnica do DEM. A média diária do período é de R$ 15,07 milhões.
O valor liberado nesses 66 dias é praticamente o mesmo do correspondente aos sete primeiros meses do ano. De janeiro a julho, o governo gastou R$ 1,1 bilhão em emendas. Mas a média diária do período pré-CPMF é um terço do período da votação: R$ 5,19 milhões.
Os dados incluem emendas pagas ou empenhadas (autorizadas) e "restos a pagar" de 2005 e 2006 -dinheiro de Orçamentos anteriores que foram represados na época.
O PMDB foi o partido mais contemplado no período da CPMF, com R$ 36,25 milhões em recursos. Em segundo vem o PT, com R$ 34,26 milhões. O PSDB tem R$ 23,58 milhões e o DEM, R$ 18,99 milhões.
"Não vejo relação com a CPMF, já que até o fim do ano haverá liberações do mesmo porte que essas. E que bom que as emendas tenham sido atendidas. É menos dinheiro na mão da União e mais na dos municípios", disse Beto Albuquerque (PSB-RS), um dos vice-líderes do governo na Casa.
Também houve distribuição de cargos de segundo escalão. O PP ganhou secretarias na pasta das Cidades. O PMDB, cargos na Fundação Nacional de Saúde, em Furnas, na Petrobras e promessas na Eletrobrás. Já o PR emplacou o presidente do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), o PRB, a direção da Companhia Nacional de Abastecimento, o PTB, a Superintendência de Seguros Privados, e o PSB, o segundo escalão da Secretaria dos Portos.

Feriadão
A votação em segundo turno na Câmara durou mais de oito horas, já que a oposição usava manobras para atrasar a votação. O texto principal foi aprovado por 333 votos (25 a mais do que o necessário) contra 113. As sete emendas da oposição que tentavam derrubar ou alterar a prorrogação foram derrotadas por placares pró-governo nunca inferiores a 325.
Líderes governistas incentivavam os deputados a ficar em plenário madrugada afora com a promessa de que, se terminassem a votação, a semana de trabalho estava encerrada.


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