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Mantega ameaça Senado com outros impostos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Poucas horas depois de a Câmara aprovar em segundo turno a prorrogação da CPMF, o
governo endureceu o discurso
em defesa do imposto do cheque. Ontem, o ministro Guido
Mantega (Fazenda) disse que
se o projeto for derrubado no
Senado a equipe econômica terá de criar tributos ou elevar
alíquotas para compensar a
perda de arrecadação. Industriais criticaram o governo.
"Se não aprovar, o plano B será fazer cortes muito grandes
no PAC e nos recursos destinados ao Estados. Provavelmente, vou ter até que criar outros
tributos para compensar a
CPMF, o que não seria nada
bom. Nós temos alíquotas que
podemos alterar sem aprovação do Congresso", disse Mantega, citando dois alvos potenciais: o IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) e o Imposto de Exportação.
A elevação de tom acontece
porque a aprovação no Senado
tende a ser mais difícil que na
Câmara, já que o governo tem
base menor nessa Casa, e pela
crise envolvendo Renan Calheiros. Antes de o texto ir para
o Senado, o Planalto previa, na
pior das hipóteses, o corte de
verbas para infra-estrutura e
projetos sociais caso a prorrogação fosse barrada.
O novo discurso foi duramente criticado pelo setor financeiro e produtivo. "Ao citar
esses tributos, o governo tenta
fazer com que dois ramos importantes, que são os consumidores e os exportadores, pressionem os senadores para aprovar a CPMF", avalia o vice-presidente da Anefac (Associação
Nacional de Executivos de Finanças), Miguel de Oliveira.
A crítica foi reforçada pelo
presidente da Fiesp, Paulo
Skaf. "O governo precisa fazer
como os cidadãos: limitar os
gastos ao tamanho do bolso."
(FERNANDO NAKAGAWA E LETÍCIA SANDER)
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