São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2007

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Mantega ameaça Senado com outros impostos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Poucas horas depois de a Câmara aprovar em segundo turno a prorrogação da CPMF, o governo endureceu o discurso em defesa do imposto do cheque. Ontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que se o projeto for derrubado no Senado a equipe econômica terá de criar tributos ou elevar alíquotas para compensar a perda de arrecadação. Industriais criticaram o governo.
"Se não aprovar, o plano B será fazer cortes muito grandes no PAC e nos recursos destinados ao Estados. Provavelmente, vou ter até que criar outros tributos para compensar a CPMF, o que não seria nada bom. Nós temos alíquotas que podemos alterar sem aprovação do Congresso", disse Mantega, citando dois alvos potenciais: o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o Imposto de Exportação.
A elevação de tom acontece porque a aprovação no Senado tende a ser mais difícil que na Câmara, já que o governo tem base menor nessa Casa, e pela crise envolvendo Renan Calheiros. Antes de o texto ir para o Senado, o Planalto previa, na pior das hipóteses, o corte de verbas para infra-estrutura e projetos sociais caso a prorrogação fosse barrada.
O novo discurso foi duramente criticado pelo setor financeiro e produtivo. "Ao citar esses tributos, o governo tenta fazer com que dois ramos importantes, que são os consumidores e os exportadores, pressionem os senadores para aprovar a CPMF", avalia o vice-presidente da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças), Miguel de Oliveira.
A crítica foi reforçada pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf. "O governo precisa fazer como os cidadãos: limitar os gastos ao tamanho do bolso." (FERNANDO NAKAGAWA E LETÍCIA SANDER)

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