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Outro lado
Defesa reclama de falta de acesso ao inquérito da PF
Advogado de Valério nega saber qual é acusação
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
Ontem, os advogados ouvidos pela reportagem reclamaram da falta de informação sobre o inquérito e disseram desconhecer o motivo das prisões.
Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério, disse
não saber quais são as acusações contra seu cliente e afirmou apenas que o fato "nada
tem a ver com o mensalão".
Leonardo disse que somente
pelo mandado de prisão expedido pela Justiça Federal em
São Paulo tomou conhecimento de que havia citação à "cervejaria Itaipava", mas que não sabia dizer qual é o envolvimento
de Valério com a empresa.
A Cervejaria Petrópolis divulgou um comunicado negando ter contrato de trabalho com
Valério. A empresa diz ainda
que não teve acesso ao inquérito que originou a operação.
"Com relação ao episódio
ocorrido hoje, em que houve a
visita de agentes da Polícia Federal em sua unidade em Boituva (SP), com o objetivo de
busca e apreensão de documentos, a Cervejaria Petrópolis
vem a público comunicar que
não possui qualquer tipo de
contrato de trabalho com o sr.
Marcos Valério Fernandes de
Souza", informa a nota.
Segundo a assessoria, a cervejaria não vai se pronunciar
"por ainda não conhecer o inquérito em detalhe".
E nota, o jornalista Cláudio
Humberto, que publicou nota
sobre a investigação da PF contra os fiscais, refutou as suspeitas da PF. "Eu repudio esta
mentira, com toda a minha indignação. Esta é mais uma tentativa de constranger o trabalho de jornalistas e veículos de
imprensa independentes."
Em frente à PF, advogados
dos policiais presos reclamavam da falta de informações sobre o inquérito.
Sem algemas
A PF começou a cumprir os
mandados de prisão às 6h.
Agentes foram à casa de Valério
e o prenderam. Ele ligou para o
advogado, que o seguiu até a
PF. Em Belo Horizonte, foram
presos ainda o sócio de Valério,
Rogério Tolentino, e os advogados Ildeu Pereira Sobrinho e
sua sócia Eloá Velloso.
Tolentino foi preso em casa
por volta das 6h, segundo o advogado Paulo Sérgio Abreu e
Silva. A prisão foi acompanhada por um representante da seção mineira da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil).
Os agentes federais apreenderam discos rígidos de computadores e documentos nas
casas de Valério, de seu sócio e
também no escritório deles.
Trajando blusa vermelha e
jeans, Valério deixou a superintendência da Polícia Federal
em Belo Horizonte às 17h15. Os
três carros da polícia -que levavam Tolentino e os outros
advogados- seguiram para o
aeroporto, onde tomaram
avião para São Paulo.
Apenas a mulher estava deitada no banco de trás de um dos
carros. Os outros três estavam
nos "chiqueirinhos" dos carros.
O advogado de Tolentino disse que não teve acesso ao pedido de prisão.
No escritório de Ildeu Sobrinho e Eloá Velloso, uma secretária informou que não havia
ninguém para falar sobre o caso
e que também não sabia dizer
quem era o advogado que os representava.
(PAULO PEIXOTO E ANA FLOR)
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