São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2008

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Outro lado

Defesa reclama de falta de acesso ao inquérito da PF

Advogado de Valério nega saber qual é acusação

DA REPORTAGEM LOCAL DA AGÊNCIA FOLHA

Ontem, os advogados ouvidos pela reportagem reclamaram da falta de informação sobre o inquérito e disseram desconhecer o motivo das prisões.
Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério, disse não saber quais são as acusações contra seu cliente e afirmou apenas que o fato "nada tem a ver com o mensalão".
Leonardo disse que somente pelo mandado de prisão expedido pela Justiça Federal em São Paulo tomou conhecimento de que havia citação à "cervejaria Itaipava", mas que não sabia dizer qual é o envolvimento de Valério com a empresa.
A Cervejaria Petrópolis divulgou um comunicado negando ter contrato de trabalho com Valério. A empresa diz ainda que não teve acesso ao inquérito que originou a operação.
"Com relação ao episódio ocorrido hoje, em que houve a visita de agentes da Polícia Federal em sua unidade em Boituva (SP), com o objetivo de busca e apreensão de documentos, a Cervejaria Petrópolis vem a público comunicar que não possui qualquer tipo de contrato de trabalho com o sr. Marcos Valério Fernandes de Souza", informa a nota.
Segundo a assessoria, a cervejaria não vai se pronunciar "por ainda não conhecer o inquérito em detalhe".
E nota, o jornalista Cláudio Humberto, que publicou nota sobre a investigação da PF contra os fiscais, refutou as suspeitas da PF. "Eu repudio esta mentira, com toda a minha indignação. Esta é mais uma tentativa de constranger o trabalho de jornalistas e veículos de imprensa independentes."
Em frente à PF, advogados dos policiais presos reclamavam da falta de informações sobre o inquérito.

Sem algemas
A PF começou a cumprir os mandados de prisão às 6h. Agentes foram à casa de Valério e o prenderam. Ele ligou para o advogado, que o seguiu até a PF. Em Belo Horizonte, foram presos ainda o sócio de Valério, Rogério Tolentino, e os advogados Ildeu Pereira Sobrinho e sua sócia Eloá Velloso.
Tolentino foi preso em casa por volta das 6h, segundo o advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva. A prisão foi acompanhada por um representante da seção mineira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Os agentes federais apreenderam discos rígidos de computadores e documentos nas casas de Valério, de seu sócio e também no escritório deles.
Trajando blusa vermelha e jeans, Valério deixou a superintendência da Polícia Federal em Belo Horizonte às 17h15. Os três carros da polícia -que levavam Tolentino e os outros advogados- seguiram para o aeroporto, onde tomaram avião para São Paulo.
Apenas a mulher estava deitada no banco de trás de um dos carros. Os outros três estavam nos "chiqueirinhos" dos carros.
O advogado de Tolentino disse que não teve acesso ao pedido de prisão.
No escritório de Ildeu Sobrinho e Eloá Velloso, uma secretária informou que não havia ninguém para falar sobre o caso e que também não sabia dizer quem era o advogado que os representava.
(PAULO PEIXOTO E ANA FLOR)



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