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LEGISLATIVO
Coligações deviam ser mantidas
CCJ da Câmara aprova o fim da verticalização
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou ontem por unanimidade projeto de lei que acaba
com a verticalização das eleições
determinada em 2002 pelo TSE
(Tribunal Superior Eleitoral).
A verticalização obriga os partidos a não contrariar, nos Estados,
coligação feita por eles no âmbito
nacional. Ou seja, se o partido A e
o B se coligarem nacionalmente,
não podem compor alianças adversárias nos Estados.
O projeto de lei, de 2002, de autoria do deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP), tem que ser
aprovado ainda no plenário da
Câmara e no Senado, sem alteração, para entrar em vigor. "Fomos
contra a verticalização em 2002 e
seremos contra sempre. Ela fere a
natureza da organização política
do Brasil ao não garantir a autonomia das decisões locais. A política no Brasil é feita de maneira
regional", diz Costa Neto.
A CCJ analisa apenas se o projeto não fere a Constituição. O relator da proposta na comissão, deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ),
disse que "a saída coloca fim definitivamente à controvérsia criada
entre o Congresso e o Judiciário
no tocante à questão das coligações partidárias".
A verticalização é criticada, já
que partidos costumam fazer
alianças regionais que nem sempre levam em conta as nacionais.
O PMDB é um dos principais defensores do fim da restrição.
Reforma política
A aprovação da proposta na
CCJ ocorre um dia após a apresentação, também na comissão,
do relatório da reforma política
que tramita na Câmara. O texto
do deputado Rubens Otoni (PT-GO) traz, entre outras coisas, proposta de instituição do financiamento público das campanhas,
votação em listas fechadas, não
mais em candidatos isolados, e o
fim das coligações entre partidos
para as eleições de deputados federais, estaduais e vereadores.
O relatório não tem prazo para
ser votado e tem que passar ainda
pelo plenário da Câmara e pelo
Senado. A idéia de reforma política que a Câmara discute possui
ainda ponto que beneficia os pequenos partidos, que terão, se for
aprovada, reduzidas as exigências
para continuarem a existir.
Hoje, teriam que obter ao menos 5% dos votos nacionais para
deputado federal em 2006, além
de elegerem representantes para a
Câmara em ao menos nove Estados. Com o texto, a exigência de
eleger deputados se restringe a
cinco Estados, e a dos votos nacionais cai de 5% para 2%.
(RB)
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