SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT ingressou ontem no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com um pedido para que seja feita uma auditoria na prestação de contas do PSDB referente à campanha eleitoral de 2002.
O objetivo, de acordo com o pedido, é verificar a veracidade das receitas e despesas atestadas na prestação de contas declarada pelos tucanos, já que, de acordo com o PT, há suspeita de uso do chamado caixa dois, que é o dinheiro que tem a sua origem ou o seu destino não declarados.
O PT argumenta, entre outras coisas, que há pendências nas prestações de conta dos anos anteriores e de que há suspeita de uso de caixa dois na campanha presidencial de José Serra -atual prefeito de São Paulo- em 2002. Os tucanos negam a existência de irregularidades.

Intertrade
Segundo o pedido, a pendência de comprovação dos serviços de duas gráficas, a Computer Graphics e a Intertrade, seriam a prova do emprego do caixa dois na campanha presidencial dos tucanos. No pedido, o PT solicita ainda que caso sejam detectadas irregularidades, seja providenciado o cancelamento do repasse do fundo partidário ao PSDB.
O fundo partidário é uma verba rateada entre os partidos e representa uma das principais fontes de receita das legendas. Em julho, o PSDB e o PFL já haviam pedido ao TSE a suspensão do repasse do fundo partidário ao PT devido às revelações de que o partido usou caixa dois na campanha de 2004.
De acordo com versão defendida pelo publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza e pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o partido levantou recursos da ordem de R$ 55 milhões para quitar dívidas de campanha de aliados e para preparar a legenda para as disputas regionais de 2004. Esse dinheiro não foi declarado à Justiça Eleitoral.


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