São Paulo, Sábado, 11 de Dezembro de 1999


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PAINEL

Pode explodir 1

Está péssima a relação entre os senadores ACM (PFL) e Jader Barbalho (PMDB). Motivo: em reunião com jornalistas, o pefelista disse reservadamente que o ex-senador Josaphat Marinho recebeu R$ 50 mil pelo parecer favorável ao senador peemedebista Luiz Estevão. Mas alguns jornais publicaram o ataque, atribuindo-o a ACM. ""É uma infâmia", afirma Jader.

Pode explodir 2

Jader diz que Josaphat Marinho não falou em remuneração, mas considera normal que venha a fazê-lo. Segundo o parecer, não pode ser aberto processo de cassação contra o senador Luiz Estevão (PMDB) se a CPI do Judiciário não fez tal pedido no seu relatório final.

História do Brasil

"Não sei é se alguém recebeu dinheiro do Collor, à época, para defendê-lo", dispara Jader, no meio do tiroteio com ACM. Em referência ao impeachment de Collor, lembra: "Quem ficou ao lado de Collor até o fim foram ACM e o PFL baiano".

Conhece o jogo

Josaphat Marinho diz que vai esperar até segunda para que ACM negue tê-lo acusado de receber R$ 50 mil por um parecer sobre Luiz Estevão. Só então vai acioná-lo na Justiça. ""Para que o senador não diga depois que não disse o que foi publicado pelos jornais", diz o ex-senador.

Orelhas quentes

O senador Luiz Estevão foi aconselhado a não ir ao jantar que o PMDB oferece terça à imprensa. A cúpula do partido quer ficar à vontade para bater em ACM, sem outro assunto incômodo para desviar a atenção.

Fogo tucano

De Edson Aparecido, que deve ser eleito hoje presidente do PSDB paulista, sobre ACM (PFL-BA) dizer que Covas recebe melhor tratamento do governo: ""Um empréstimo para SP demora meses a receber aval do Banco Central, enquanto, a toque de caixa, a Bahia consegue aprovar os seus pleitos".

Guerra SP-Bahia

A Caixa assumiu 30% das ações da companhia de saneamento da Bahia, no valor de R$ 450 mi. O dinheiro será aplicado na capitalização do fundo previdenciário dos servidores baianos. Tucanos ficaram contrariados. ACM (PFL), que tem trocado farpas com Covas (PSDB) sobre pleitos estaduais junto à União, levou mais uma.

Pura maldade

Nos bastidores, deputados e técnicos da Fazenda apostavam que fechariam até segunda um acordo para votar a reforma tributária. Everardo Maciel (Receita) entrou no circuito com novas idéias e implodiu o acerto. As más-línguas dizem que ele agiu de caso pensado.


Samba de uma nota só

Caciques como ACM e Michel Temer têm dito que polemizam com FHC por dever de ofício. Todo ano o presidente ataca o Congresso pelo menos umas quatro vezes e depois logo diz que não disse o que disse.

Sem-título

A Justiça recadastrou os eleitores de Santo Amaro das Brotas (SE). O prefeito Renis Barros (PMDB) fez propaganda do evento e, na hora de se recadastrar, perdeu a hora. Não vai poder concorrer à reeleição.

Crônica política

Está nas livrarias ""A Onda Liberal na Hora da Verdade", de José Sarney, colunista da Folha. O livro, da editora Mandarim, é uma coletânea de artigos publicados na Folha e no jornal ""O Globo", entre 1994 e 1996.

Visita à Folha

O diretor-presidente do Banco Boavista, Roberto V. do Valle, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ciro Dias Reis, vice-presidente da Gaspar & Associados Comunicação Empresarial.

TIROTEIO

De João Hermann (PPS), sobre o deputado estadual Walter Feldman (PSDB) dizer que Emerson Kapaz, ex-tucano e pré-candidato do PPS à Prefeitura de SP, é "Kapaz" de tudo para ter uma chance eleitoral:
- Quem maculou a própria biografia foi o Walter Feldman. Ele deixou o PC do B para servir de pasto aos interesses sórdidos que o PSDB representa.
De Walter Feldman:
- Ele está fora da realidade do seu próprio partido. O PPS e o PSDB em São Paulo têm uma relação muito próxima e o mesmo perfil ideológico. Ele cometeu um deslize de vernáculo.

CONTRAPONTO

Só falta uma coisa
Em 1995, o deputado Arthur Virgílio (AM), atual líder do governo no Congresso, havia assumido a Secretaria Geral do PSDB. Estava com a corda toda.
Disposto a azeitar a máquina partidária, Virgílio passou a cobrar tarefas de todos os funcionários.
Um dos mais acionados foi o advogado Reginaldo Castro, atual presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Virgílio cobrava o andamento de ações nos tribunais e pedia para o advogado formular outras num ritmo incessante.
Um dia, o deputado marcou um almoço com Reginaldo de Castro para lhe instruir sobre algumas petições. Falou por quase uma hora, detalhando tudo o que queria.
Ao final, aparentando um certo constrangimento, Castro murmurou:
- Tudo bem, é que..., bem, é que...
- É o quê, Reginaldo?
- Tudo bem, mas quando é que vocês vão começar a me pagar?!


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