São Paulo, Sábado, 11 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MUNDO NOVO
Investigação tentará determinar se morte de prefeita foi crime político
Polícia apresenta seis suspeitos

ROBERTO SAMORA
da Agência Folha, em Campo Grande

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul apresentou ontem, em Campo Grande, os seis presos acusados de planejar e executar o assassinato da prefeita de Mundo Novo (MS), Dorcelina de Oliveira Folador (PT). O crime aconteceu no dia 30 de outubro.
A apresentação, feita na sede da corporação, marcou o fechamento da primeira parte da investigação, em que foram identificados desde o suposto mandante até o matador.
O que está sendo investigado agora é se o crime não teve, de fato, motivos políticos. A polícia não está satisfeita com a versão contada pelo ex-secretário de Finanças do município Jusmar Martins da Silva, acusado de ser o mandante.
Silva declarou ser o "único mandante" e afirmou que o dinheiro usado para pagar o pistoleiro lhe pertencia. Ele disse que "tinha motivos particulares" para assassinar a prefeita. "Coisas que tenho dentro de mim e que só serão ditas no momento certo."
Ontem, o ex-secretário disse que revelou ao prefeito Kléber Correa de Souza (expulso do PMDB) ter sido o mandante logo após o crime. Na última quarta-feira, Souza afirmou que soube que Silva era o mandante "horas antes" de ele ser preso, na sexta-feira da semana passada.
Além do ex-secretário, foram apresentados ontem o pistoleiro Getúlio Machado e o homem que o teria contratado, o despachante Roldão Teixeira de Carvalho. Os dois também disseram que foram motivados por razões pessoais.
Carvalho relatou que, em uma ocasião, Dorcelina estava junto com militantes do PT que entraram em seu escritório e o agrediram. "Fiquei impotente, perdi minha família por causa disso e ainda tenho dificuldades para enxergar", afirmou.
Os outros três acusados teriam dado apoio ao pistoleiro. Valdenir Machado disse que não ajudou o irmão, Getúlio, a matar Dorcelina. Mas confirmou que levou o matador, de carro, até um lugar próximo à casa da prefeita.
Thófilo Luiz Stuker, com quem foi encontrada a pistola calibre 380 usada no assassinato, afirmou que não teve participação. Disse que guardou a arma apenas porque era amigo do pistoleiro. A polícia acusa Stuker de ter dado instruções a Machado sobre como realizar o homicídio. Outro acusado de ter dado apoio é Ismael Neures Silveira, que nega qualquer participação.
Além dos acusados, foram apresentados quatro homens que teriam tentado matar Dorcelina por duas vezes, há cerca de um ano.


Texto Anterior: Depoimentos envolvem o Suriname
Próximo Texto: Rio: Garotinho demite assessores da Segurança
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.