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MUNDO NOVO
Investigação tentará determinar se morte de prefeita foi crime político
Polícia apresenta seis suspeitos
ROBERTO SAMORA
da Agência Folha, em Campo Grande
A Polícia Civil de Mato Grosso
do Sul apresentou ontem, em
Campo Grande, os seis presos
acusados de planejar e executar o
assassinato da prefeita de Mundo
Novo (MS), Dorcelina de Oliveira
Folador (PT). O crime aconteceu
no dia 30 de outubro.
A apresentação, feita na sede da
corporação, marcou o fechamento da primeira parte da investigação, em que foram identificados
desde o suposto mandante até o
matador.
O que está sendo investigado
agora é se o crime não teve, de fato, motivos políticos. A polícia
não está satisfeita com a versão
contada pelo ex-secretário de Finanças do município Jusmar
Martins da Silva, acusado de ser o
mandante.
Silva declarou ser o "único
mandante" e afirmou que o dinheiro usado para pagar o pistoleiro lhe pertencia. Ele disse que
"tinha motivos particulares" para
assassinar a prefeita. "Coisas que
tenho dentro de mim e que só serão ditas no momento certo."
Ontem, o ex-secretário disse
que revelou ao prefeito Kléber
Correa de Souza (expulso do
PMDB) ter sido o mandante logo
após o crime. Na última quarta-feira, Souza afirmou que soube
que Silva era o mandante "horas
antes" de ele ser preso, na sexta-feira da semana passada.
Além do ex-secretário, foram
apresentados ontem o pistoleiro
Getúlio Machado e o homem que
o teria contratado, o despachante
Roldão Teixeira de Carvalho. Os
dois também disseram que foram
motivados por razões pessoais.
Carvalho relatou que, em uma
ocasião, Dorcelina estava junto
com militantes do PT que entraram em seu escritório e o agrediram. "Fiquei impotente, perdi minha família por causa disso e ainda tenho dificuldades para enxergar", afirmou.
Os outros três acusados teriam
dado apoio ao pistoleiro. Valdenir Machado disse que não ajudou o irmão, Getúlio, a matar
Dorcelina. Mas confirmou que levou o matador, de carro, até um
lugar próximo à casa da prefeita.
Thófilo Luiz Stuker, com quem
foi encontrada a pistola calibre
380 usada no assassinato, afirmou
que não teve participação. Disse
que guardou a arma apenas porque era amigo do pistoleiro. A polícia acusa Stuker de ter dado instruções a Machado sobre como
realizar o homicídio. Outro acusado de ter dado apoio é Ismael
Neures Silveira, que nega qualquer participação.
Além dos acusados, foram apresentados quatro homens que teriam tentado matar Dorcelina por
duas vezes, há cerca de um ano.
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