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CONGRESSO
Cúpula do PMDB defende Estevão e critica ACM
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
O presidente nacional do
PMDB, senador Jader Barbalho
(PA), afirmou ontem que o partido "não arreda pé" da posição de
impedir a cassação do mandato
do senador Luiz Estevão (PMDB-DF), pelo menos enquanto o Ministério Público não se manifestar
sobre as acusações contra ele.
A cúpula do PMDB está convencida de que o presidente do
Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), não quer a cassação de Estevão, como tem dito. Se
quisesse, o relatório da CPI do Judiciário teria sido mais conclusivo
em relação ao senador do PMDB.
ACM foi responsável pela indicação do relator da CPI, Paulo
Souto (PFL-BA), que é seu afilhado político e foi seu sucessor no
governo da Bahia.
Segundo a tese de dirigentes do
PMDB, o presidente do Senado
está fazendo "jogo de cena" ao dizer que quer a cassação. Sua intenção, de fato, seria desgastar o
PMDB e, principalmente, Jader,
que é candidato à presidência do
Senado em 2000.
Além de presidente do PMDB,
Jader é líder da bancada do partido no Senado (a maior da Casa) e
concorre com ACM no comando
político do Congresso.
A aliados, Jader tem admitido
estar em situação "desconfortável", porque se vê obrigado a defender Estevão de um julgamento
político, já que a CPI não apresentou denúncia formal contra ele.
Estevão é citado no relatório como suposto beneficiário de desvio de recursos públicos (num total R$ 169 milhões) destinados à
construção do Fórum Trabalhista
de São Paulo.
"Não queremos acobertar Luiz
Estevão pela imunidade parlamentar. Tanto que vamos votar a
favor da licença para o STF processá-lo, se for pedida. O que queremos é evitar o julgamento de
natureza política", disse Jader.
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, aproveitará dados da investigação do Ministério Público Federal em São
Paulo contra Estevão para fundamentar o inquérito criminal que
deverá ser aberto pelo STF.
Sem citar nomes, o presidente
do PMDB deixou clara sua irritação com ACM. "Não tenho a menor dúvida de que o episódio traz
desgaste. Por isso, muita gente faz
charme para a opinião pública."
Na avaliação de Jader e de seus
aliados, se o relatório da CPI apresentasse um juízo definitivo em
relação a Estevão, o PMDB não teria argumentos para defendê-lo.
A Folha telefonou ontem para o
escritório e para a casa do presidente do Senado em Salvador e
não o encontrou.
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