São Paulo, Sábado, 11 de Dezembro de 1999


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CONGRESSO
Cúpula do PMDB defende Estevão e critica ACM

RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília

O presidente nacional do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), afirmou ontem que o partido "não arreda pé" da posição de impedir a cassação do mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF), pelo menos enquanto o Ministério Público não se manifestar sobre as acusações contra ele.
A cúpula do PMDB está convencida de que o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), não quer a cassação de Estevão, como tem dito. Se quisesse, o relatório da CPI do Judiciário teria sido mais conclusivo em relação ao senador do PMDB.
ACM foi responsável pela indicação do relator da CPI, Paulo Souto (PFL-BA), que é seu afilhado político e foi seu sucessor no governo da Bahia.
Segundo a tese de dirigentes do PMDB, o presidente do Senado está fazendo "jogo de cena" ao dizer que quer a cassação. Sua intenção, de fato, seria desgastar o PMDB e, principalmente, Jader, que é candidato à presidência do Senado em 2000.
Além de presidente do PMDB, Jader é líder da bancada do partido no Senado (a maior da Casa) e concorre com ACM no comando político do Congresso.
A aliados, Jader tem admitido estar em situação "desconfortável", porque se vê obrigado a defender Estevão de um julgamento político, já que a CPI não apresentou denúncia formal contra ele.
Estevão é citado no relatório como suposto beneficiário de desvio de recursos públicos (num total R$ 169 milhões) destinados à construção do Fórum Trabalhista de São Paulo.
"Não queremos acobertar Luiz Estevão pela imunidade parlamentar. Tanto que vamos votar a favor da licença para o STF processá-lo, se for pedida. O que queremos é evitar o julgamento de natureza política", disse Jader.
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, aproveitará dados da investigação do Ministério Público Federal em São Paulo contra Estevão para fundamentar o inquérito criminal que deverá ser aberto pelo STF.
Sem citar nomes, o presidente do PMDB deixou clara sua irritação com ACM. "Não tenho a menor dúvida de que o episódio traz desgaste. Por isso, muita gente faz charme para a opinião pública."
Na avaliação de Jader e de seus aliados, se o relatório da CPI apresentasse um juízo definitivo em relação a Estevão, o PMDB não teria argumentos para defendê-lo.
A Folha telefonou ontem para o escritório e para a casa do presidente do Senado em Salvador e não o encontrou.


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