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SÃO PAULO
Ausência de Covas pára escolha de secretariado; Assembléia aprova proposta de Orçamento do Estado
Doença impede formação de novo governo
CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local
A queda na arrecadação do Estado e a tradicional diminuição do
ritmo dos trabalhos de uma Assembléia Legislativa em que muitos deputados estão em final de
mandato têm ajudado, paradoxalmente, o governo paulista a superar a ausência do governador Mário Covas.
Entre outubro e novembro, a arrecadação do Estado de São Paulo
foi cerca de RÏ 340 milhões menor
do que a prevista. O fato arrefeceu
o apetite de deputados estaduais
que pretendiam incluir emendas
no Orçamento de 98, aprovado na
madrugada de ontem sem muita
dificuldade pela base de sustentação de Covas.
Covas não revelou para ninguém, até agora, o secretariado do
segundo mandato. Em termos de
governo, é esse o maior prejuízo
causado até agora pela doença do
governador.
Nenhum interlocutor está autorizado para conversar ou formular
convites em nome do governador.
Alguns dos principais auxiliares de
Covas já trabalham com um cenário em que todos os atuais secretários continuem em seus postos depois de 1º de janeiro de 99 (data
marcada para a posse) e, só depois
que o tucano puder voltar ao trabalho, sejam anunciadas as trocas.
Uma parte da equipe de Covas,
no entanto, raciocina que o adiamento de novas indicações poderia passar à população a imagem
de um governo paralisado, com
danos óbvios. Por isso, essa ala torce para que pelo menos alguns novos secretários sejam anunciados
antes do final do ano, até para criar
um fato político.
O PSB, que em São Paulo é liderado pela deputada federal eleita
Luiza Erundina, deve ser a principal novidade na equipe de Covas.
Projetos
Dois projetos considerados importantes pelo Palácio dos Bandeirantes ainda não foram aprovados
pelos deputados estaduais: a
emenda constitucional que permitirá a privatização da Comgás e a
autorização para que 1% do ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) continue
sendo destinado ao programa de
construção de casas populares.
O secretário-chefe da Casa Civil,
Fernando Leça, e o vice-governador reeleito, Geraldo Alckmin, são
os interlocutores de Covas com os
deputados. Alckmin, que viajou
para Portugal, tinha retorno previsto para ontem à noite.
Desde que foi hospitalizado, Covas não tem mantido contatos com
os parlamentares. Documentos
que precisam da assinatura do governador para publicação no "Diário Oficial" são levados ao Incor
por Antônio Carlos Malufe, secretário particular do tucano. Malufe
leva os papéis de volta ao palácio
depois de chancelados pelo governador.
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