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DANÇA DAS CADEIRAS
Roseana deve ser fortalecida para ocupar uma das pastas
Lula discute hoje
reforma ministerial
com Sarney e Renan
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva discute a reforma ministerial
hoje com o presidente do Senado,
o peemedebista José Sarney (AP),
e com o líder do PMDB na Casa,
Renan Calheiros (AL). Peemedebistas, Sarney e Renan tratarão do
espaço de seu partido na reforma
e da indicação da senadora Roseana Sarney (MA), licenciada do
PFL, para o primeiro escalão.
Evoluiu nos últimos dias a articulação para que Roseana, filha
de Sarney, vire ministra. Além de
Sarney e Renan, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o líder do
PT no Senado, Aloizio Mercadante, apadrinham a nomeação.
A pasta específica ainda é uma
incógnita. A senadora esnobou o
Planejamento e espalhou que deseja Cidades, o que desagradou a
Lula. Até ontem a tendência era
que fosse indicada para uma terceira pasta. Roseana, que já respondeu sim a sondagens, disse à
cúpula do PFL que sairá do partido se for oficializado o convite.
Problema: a expectativa de Sarney é que a filha receba um ministério com possibilidade de "fazer
política" no Maranhão, onde o clã
trava uma guerra contra o atual
governador, José Reinaldo (PTB),
que rompeu com a família Sarney
depois de ter chegado ao posto
com apoio dela.
Por "fazer política", leia-se: cargos e verbas que dêem cacife a Roseana para tentar voltar ao governo do Maranhão em 2006. A indicação de Roseana funcionaria
ainda como compensação política a Sarney, que não conseguiu
aprovar a emenda constitucional
que permitiria a reeleição e que
agora está fechado com Renan.
O líder do PMDB será presidente do Senado. Em contrapartida, o
PMDB apoiará a eleição de Luiz
Eduardo Greenhalgh (PT-SP) para presidente da Câmara. Lula
tem articulado pessoalmente a favor de Renan e de Greenhalgh para ter aliados em postos-chaves.
O encontro de Lula com peemedebistas faz parte de conversas
decisivas para tentar concluir a reforma ministerial até a semana
que vem. Com a reforma, deverá
dar uma pasta com mais cargos e
verbas ao PMDB. A tendência,
porém, é o partido continuar com
dois ministérios. Hoje, ele tem
Comunicações e Previdência.
O PP também será integrado ao
primeiro escalão. O nome indicado pelo partido é o do líder do PP
na Câmara, Pedro Henry (MT).
Ao ampliar o espaço do PMDB e
integrar o PP ao ministério, Lula
quer consolidar a idéia de governo de coalizão e solidificar desde
já acordos partidários para apoiar
a sua reeleição no ano que vem.
Para dar lugar aos aliados, Lula
pretende tirar petistas do ministério. O presidente tem se mantido
fechado nas conversas com ministros a respeito da reforma. Deixa pouca coisa escapar, mas manifesta angústia em relação à necessidade de demitir petistas.
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