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"Se governo vai mal, oposição tem que ir bem", diz Alckmin antes de ir aos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
Deixando evidente a disposição de concorrer à presidência
do PSDB, o ex-governador de
São Paulo Geraldo Alckmin fez
ontem críticas à atuação da
oposição no segundo mandato
do governo Lula.
Reclamando da paralisia do
governo diante da disputa pela
presidência da Câmara, Alckmin disse que "o governo vai
mal. E a oposição também".
"Chamo atenção para isso. É
preocupante. Se o governo vai
mal, a oposição precisa ir bem.
Precisa ter alternativa", afirmou Alckmin em palestra organizada pela Divisão de Clínica
Urológica do Hospital das Clínicas, dirigida pelo professor
Miguel Srougi. A fala ocorreu
após Alckmin ser provocado
por Srougi sobre seu candidato
à Presidência em 2010. Candidato derrotado no ano passado,
o tucano não respondeu.
Durante a palestra, Alckmin
insistiu para que a oposição
adote uma atitude mais vigorosa num momento em que o presidente, reeleito com o slogan
"deixe o homem trabalhar",
"pendura as chuteiras antes de
começar a partida".
"Quem perde a eleição é oposição. É tão patriótico ser oposição como ser governo, e a
oposição precisa cumprir esse
papel. Oposição corajosa, firme, audaciosa", pregou.
Classificando de pobre o debate sobre a sucessão na Câmara, Alckmin disse "que não é tarefa dos governadores fazer
oposição, mas do partido, dos
parlamentares".
Com viagem marcada para os
Estados Unidos, o ex-governador afirmou que fará um curso
de quatro meses e meio em
Harvard. Mas que voltará de lá
com "todo o gás" para liderar a
oposição.
O comando do PSDB, porém,
sob as bênçãos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já trabalha para antecipar a
escolha de sua nova Executiva,
prevista para setembro.
Alckmin mostrou evidente
desconforto com medidas adotadas pelo governador José
Serra, que admitiu a possibilidade de funcionários fantasmas no Estado. "Não existe isso. Você poderia ter fantasma
entre inativos e pensionistas.
Isso já é recadastrado. É rotina,
é feito todo ano. Mas é positivo
fazer o recadastramento."
Alckmin se recusou a comentar a decisão de Serra de redução do programa escola da família à metade. "Cabe ao governo estabelecer as suas prioridades. Não vou comentar".
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