São Paulo, sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

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"Se governo vai mal, oposição tem que ir bem", diz Alckmin antes de ir aos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

Deixando evidente a disposição de concorrer à presidência do PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin fez ontem críticas à atuação da oposição no segundo mandato do governo Lula.
Reclamando da paralisia do governo diante da disputa pela presidência da Câmara, Alckmin disse que "o governo vai mal. E a oposição também".
"Chamo atenção para isso. É preocupante. Se o governo vai mal, a oposição precisa ir bem. Precisa ter alternativa", afirmou Alckmin em palestra organizada pela Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas, dirigida pelo professor Miguel Srougi. A fala ocorreu após Alckmin ser provocado por Srougi sobre seu candidato à Presidência em 2010. Candidato derrotado no ano passado, o tucano não respondeu.
Durante a palestra, Alckmin insistiu para que a oposição adote uma atitude mais vigorosa num momento em que o presidente, reeleito com o slogan "deixe o homem trabalhar", "pendura as chuteiras antes de começar a partida".
"Quem perde a eleição é oposição. É tão patriótico ser oposição como ser governo, e a oposição precisa cumprir esse papel. Oposição corajosa, firme, audaciosa", pregou.
Classificando de pobre o debate sobre a sucessão na Câmara, Alckmin disse "que não é tarefa dos governadores fazer oposição, mas do partido, dos parlamentares".
Com viagem marcada para os Estados Unidos, o ex-governador afirmou que fará um curso de quatro meses e meio em Harvard. Mas que voltará de lá com "todo o gás" para liderar a oposição.
O comando do PSDB, porém, sob as bênçãos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já trabalha para antecipar a escolha de sua nova Executiva, prevista para setembro.
Alckmin mostrou evidente desconforto com medidas adotadas pelo governador José Serra, que admitiu a possibilidade de funcionários fantasmas no Estado. "Não existe isso. Você poderia ter fantasma entre inativos e pensionistas. Isso já é recadastrado. É rotina, é feito todo ano. Mas é positivo fazer o recadastramento."
Alckmin se recusou a comentar a decisão de Serra de redução do programa escola da família à metade. "Cabe ao governo estabelecer as suas prioridades. Não vou comentar".


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