São Paulo, terça, 12 de janeiro de 1999

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Esquerda faz hoje ato pró-Itamar

da Reportagem Local

Os principais partidos de esquerda fazem hoje, às 15 horas, na Câmara dos Deputados, um ato de desagravo ao governador de Minas, Itamar Franco (PMDB).
Itamar suspendeu por 90 dias o pagamento das dívidas do Estado com a União. A intenção dos líderes de esquerda é evitar o isolamento do peemedebista e impedir o esvaziamento do encontro dos governadores de oposição, que será no dia 18, em Belo Horizonte.
Hoje, governadores alinhados com o presidente Fernando Henrique Cardoso fazem uma reunião em São Luís (MA) para mostrar que são contra a moratória.
"O governo está tentando desmoralizar o Itamar. Mas o que ele fez foi um gesto para buscar a negociação. Esse é o objetivo de todos os governadores. Quem está dizendo que vai poder pagar essa dívida é hipócrita", disse o presidente nacional do PT, José Dirceu.
O ato de hoje reunirá líderes do PT, PDT, PSB e PC do B. O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do PDT, Leonel Brizola, participarão do encontro.
Pelo PSB, falará o vice-presidente do partido, Roberto Amaral. O representante do PC do B será o vice-presidente da legenda, Renato Rabelo. Os quatro partidos apoiaram a candidatura de Lula à Presidência da República.
No final da reunião, os partidos vão divulgar uma nota apoiando Itamar e em defesa da renegociação das dívidas estaduais.
Com esse gesto, a esquerda quer forçar uma negociação política entre o governo federal e os Estados, tentando empurrar FHC para o diálogo com os governadores.
Outro objetivo é preparar o terreno para que haja unidade entre os governadores de oposição na reunião do dia 18, quando eles devem apresentar uma proposta conjunta para superar o impasse.
A atitude de Itamar foi criticada pelo governador do Rio, Anthony Garotinho (PDT), que considerou a decisão do colega precipitada. Além disso, os próprios governadores petistas têm evitado a defesa explícita da moratória.
Os partidos de esquerda planejam ainda organizar várias manifestações públicas nas principais capitais brasileiras contra os juros altos, em defesa do emprego e pela retomada do desenvolvimento.
(PATRÍCIA ANDRADE)



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