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CRIME
Deputado e pistoleiro devem depor
Acareação poderá acontecer amanhã
e da Agência Folha, em Maceió
O pistoleiro Maurício Novaes
-o "Chapéu de Couro"- e o deputado Talvane Albuquerque
(AL), suspeito de ser o mandante
do assassinato da deputada Ceci
Cunha (PSDB-AL), deverão prestar depoimento amanhã na comissão de sindicância da Câmara.
O corregedor da Câmara, Severino Cavalcanti (PPB-PE), disse que
a acareação entre os dois só será
feita se Albuquerque concordar.
"Eu vou convocá-lo. Se ele vem,
não sei, não posso obrigá-lo", afirmou. Segundo Cavalcanti, o depoimento de "Chapéu de Couro"
está confirmado.
A comissão de sindicância foi
criada para investigar a suspeita de
envolvimento de Albuquerque no
assassinato da deputada, ocorrido
no dia 16 de dezembro último, e
num plano para matar o deputado
Augusto Farias (PFL-AL).
Na semana passada, Farias entregou à Mesa da Câmara gravações de diálogos em que, segundo
ele, Albuquerque e o pistoleiro
acertam detalhes para matá-lo.
A comissão recebe hoje o laudo
da Unicamp (Universidade de
Campinas) sobre a autenticidade
das fitas. Cavalcanti disse que, se
for confirmado que a voz é de Albuquerque, a comissão de sindicância deverá pedir sua cassação
por falta de decoro parlamentar.
Embora tenha confirmado que
combinou com "Chapéu de Couro" a gravação das conversas, Farias não deverá ser investigado e,
até ontem, nem o seu depoimento
estava previsto.
Ainda nesta semana, a comissão
pretende ouvir os dois assessores
de Albuquerque que teriam participado do crime e são funcionários
da Câmara: Jadielson Barbosa da
Silva e Alécio César Alves Vaz.
Os dois e José Bezerra da Silva Júnior, coordenador da campanha
de Albuquerque, estão foragidos e
com prisão preventiva decretada.
Cavalcanti deu prazo até amanhã
para que Albuquerque apresente
os dois assessores que são funcionários da Câmara.
Os três hospitais de Albuquerque
em Alagoas tiveram suas contas
bloqueadas pela Justiça do Trabalho na semana passada.
O bloqueio foi determinado para
o pagamento de R$ 105 mil em dívidas trabalhistas. Alguns dos 120
funcionários, segundo apurou a
Agência Folha, estão há cinco meses sem receber salários.
Para conter a crise que já dura
um ano, Albuquerque tem distribuído vales entre os funcionários.
Os três hospitais do deputado são
em Arapiraca (138 km de Maceió)
e possuem convênios com o SUS
(Sistema Único de Saúde).
A Agência Folha apurou que para quitar parte de uma dívida de R$
800 mil com um agiota de Arapiraca, Albuquerque entregou a ele casa que possuía na cidade.
A mãe de Albuquerque, Diva, divulgou ontem carta de três páginas
na qual diz que o filho é inocente.
"Meu filho é vítima da saga de criminosos traiçoeiros, que posam de
cordeiros, confiantes na impunidade e nas deficiências das instituições policiais", diz a carta.
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