São Paulo, sexta-feira, 12 de março de 2004

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Ex-dirigente da Caixa depõe sobre a GTech

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ex-vice-presidente de Logística da CEF (Caixa Econômica Federal) até fevereiro do ano passado, Mário Haag prestou ontem um depoimento considerado "extremamente esclarecedor" à Polícia Federal, na visão dos próprios investigadores. O teor não foi divulgado, mas o principal assunto debatido foi a renovação de contrato do banco estatal com a GTech, multinacional que controla as loterias do país, em janeiro de 2003.
"Sou um técnico. Dei explicações técnicas. Se gosto, gosto, se não gosto, digo do mesmo jeito", limitou-se a dizer Haag aos jornalistas, ao final do depoimento.
O sigilo também se justifica por uma estratégia da PF. Hoje, serão ouvidos o ex-presidente Antonio Carlos Lino Rocha e o ex-diretor Marcelo Rovai, ambos da GTech. Eles serão confrontados com as informações de Haag, que entregou ao delegado Antônio César Fernandes Nunes diversos documentos da CEF, como "relatórios, pareceres e circulares que consubstanciaram o depoimento".
Haag depôs no inquérito que apura suposta corrupção praticada pelo ex-assessor da Presidência Waldomiro Diniz, exonerado após ser divulgado vídeo de 2002 no qual pede propina ao empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o "Carlinhos Cachoeira".
Dias antes da exoneração em fevereiro, Messias Ribeiro Neto e Carlos Roberto Martins, ligados ao jogo e ex-sócios de Cachoeira, disseram ao Ministério Público que Waldomiro havia atuado na renegociação de contrato entre a CEF e a GTech em abril, o que ambas negam. A renovação foi por 25 meses, a despeito de pareceres internos contrários ao prazo por considerá-lo longo. (ID)

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